Mensagem da Directora Regional da OMS para a África, a Dr.ª Matshidiso Moeti, sobre o Dia Mundial de Luta Contra o Paludismo 2018

O Dia Mundial de Luta Contra o Paludismo, a 25 de Abril, foca a atenção mundial no paludismo e no seu impacto devastador nas famílias, e no desenvolvimento. das comunidades O tema para este ano, “Prontos para vencer o Paludismo”, realça a necessidade de acelerar os esforços para derrotar o paludismo. Os países comprometeram-se a acabar com a epidemia do paludismo até 2030 como um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

O paludismo permanece um dos principais desafios de saúde pública e do desenvolvimento. O Relatório Mundial sobre o Paludismo 2017 documenta um aumento nos casos de paludismo em 2016, comparado com 2015. Na Região Africana ocorreram 194 milhões de novos casos e 410 000 mortes em 2016. Catorze países com o maior problema de paludismo em todo o mundo estão na África Subsariana e são responsáveis por 80% do fardo mundial.

Muitos países não estão no caminho certo para alcançar as metas da Estratégia Técnica Mundial para o Paludismo 2016-2030. O ritmo dos progressos decresceu ou parou, com lacunas significativas na implementação de medidas para prevenir o paludismo. O financiamento internacional e doméstico para a prevenção e controlo do paludismo estagnou.

No entanto, as tendências gerais mostram que entre 2010 e 2016 os novos casos estimados de paludismo na Região Africana caíram 20% e as mortes devido ao paludismo decresceram 37%. Cinco países na Região (Etiópia, Gâmbia, Madagáscar, Senegal e Zimbabwe) estão entre os 16 a nível mundial em que se verificou um decréscimo nos casos e nas mortes devido ao paludismo em mais de 20% em 2015 e 2016. Para além disso, seis outros países na Região (Argélia, África do Sul, Botsuana, Cabo Verde, Comores e Suazilândia) podem porventura eliminar o paludismo até 2020.

Os países na Região Africana também registaram o maior aumento de testes do paludismo no sector público, de 36% de casos suspeitos em 2010 para 87% em 2016. O uso de mosquiteiros tratados com insecticida e de pulverização intradomiciliária com insecticidas são estratégias fundamentais no combate ao paludismo. Mais de metade das pessoas em risco de contraírem paludismo na África Subsariana têm dormido com mosquiteiros tratados com insecticida nos últimos cinco anos, indicando algum sucesso na mudança de comportamentos e das campanhas de proximidade. Estes progressos devem ser mantidos.

A eliminação do paludismo requer acima de tudo uma liderança política do mais alto nível, assim como uma liderança nos programas, na mobilização de recursos e na colaboração intersectorial e transfronteiriça. Estamos prontos para vencer o paludismo, mas o ritmo dos progressos deve ser acelerado para alcançarmos uma redução de 40% nos casos e nas mortes mundiais devido ao paludismo até 2020, comparado com os níveis de 2015.

O Dia Mundial de Luta Contra o Paludismo é uma ocasião para renovarmos o compromisso político e para continuarmos a investir na prevenção e no controlo do paludismo. Apelo aos países afectados pelo paludismo a trabalharem com os parceiros de desenvolvimento para aumentarem os investimentos na prevenção e no controlo do paludismo, especialmente em novos instrumentos de luta contra o paludismo. Isto irá impulsionar os países a caminho da eliminação e irá contribuir para a consecução dos outros Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, como a melhoria da saúde materna e infantil.

Exorto os países a alocarem recursos adequados, a trabalharem a nível intersectorial e a reforçarem a colaboração transfronteiriça. Com os recursos necessários, uma forte coordenação e parceiros dedicados, podemos acelerar as nossas acções para alcançarmos uma África livre do paludismo. Estamos prontos para vencer o paludismo.