Dra Eva de Carvalho, Programa da malária, OMS

Dra Eva de Carvalho, Programa da malária, OMS

Dra Eva de Carvalho trabalha na área de malária em Moçambique há mais de 15 anos na OMS. Está a apoiar a direção provincial da saúde na planificação das actividades e supervisão das unidades sanitários e dos postos que foram criados aqui nos centros da acomodação. Está em Beira a apoiar na supervisão, ver como estão a ser realizados o manejo de casos, quais são as dificuldades e verificar se os registos estão a ser feitos correctamente.

Estou aqui para ajudar o meu país com a minha experiencia e conhecimentos. O meu sonho é eliminar a malária antes de 2030.


Qual é o tipo de trabalho de saúde que está ser realizado nos postos da saúde nos centros de acomodação?

A função fundamental na criação destes postos de saúde nos centros da acomodação é para prestarem cuidados de saúde às populações que aqui estão acomodadas.

Estamos aqui para apoiar as colegas que estão a prestarem assistência medica.

Claro, nas doenças mais frequentes, tais como diarreias, como sabem que a Beira está a notificar casos de cólera, é preciso fazer a triagem de doentes com diarreia e encaminhar correctamente para o seu tratamento. Também a malária vai ser provávelmente um problema brevemente uma vez que o nível da água já baixou e temos possas de água paradas que constituem foco principal de reprodução dos mosquitos em muitos bairros.

Mas também estamos a providenciar todo o pacote básico da assistência, desde a saúde materna e infantil, as doenças crónicas como a tuberculosa, a diabete, hipertensa arterial, VIH etc. para que os doentes não parem com o seu tratamento.

Também tem outra função extremamente importante que é a promoção da saúde. As populações que estão aglomeradas nos centros de acomodação devem saber como fazer para se protegerem contra as doenças. Por exemplo: clorar a água, lavar as mãos, a higiene individual, o saneamento do meio, usar as redes mosquiteiras. Tudo isso faz parte do pacote de prevenção das doenças.

Quais são as suas impressões dos centros até agora?

Já fiz duas visitas dos centros da acomodação. De uma maneira geral estou satisfeita com a disponibilidade dos medicamentos essenciais. Os profissionais da saúde que estão aqui afectados conhecem exatamente o que estão a fazer e fazem-o corretamente.

Quais ainda são os desafios aqui nos postos da saúde nos centros da acomodação?

Um dos desafios que foi referida aqui foi a falta dos recursos humanos suficientes. Como nos vimos, a enfermeira aqui trabalha das 7h até as 17h sem substituição. É um assunto que ainda temos de rever. Mas nesta situação da emergência uma das realidades é que temos poucos recursos.

Temos agora a cólera que é a doença imediata debito a ausência da água potável. Agora que as águas já baixaram, o problema que vamos ter a seguir vai ser a aumenta da população dos mosquitos e consequentemente a malária.

Por isso, estou a assegurar na minha visita que os profissionais da saúde sabem fazer o teste de diagnostico e o tratamento correctamente.

Claro que outra função aparte do tratamento muito importante é reforçar a parte de prevenção. O programa nacional da malária esta a fazer a distribuição das redes mosquiteiras nos quatro distritos prioritários na cidade da Beira e o nosso desafio e assegurar que tudo o mundo está a usar a mosquiteira.

Também vai começar a pulverização intra-domiciliaria.

Porquê que a doutora faz este trabalho?

Como ponto focal da malária, esta é a minha paixão e a minha preocupação, sendo malária uma das doenças mais frequentes nesta zona.

O nosso objetivo é pôr todas as medidas possíveis para evitar que a malária seja um outro problema grave loco a seguir à cólera e quero acreditar que vamos conseguir.

Estou aqui para ajudar o meu país com a minha experiencia e conhecimentos. O meu sonho é eliminar a malária antes de 2030.

 

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Dalia Lourenço

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