OMS e os seus parceiros apoiam Angola na luta contra a poliomielite

OMS e os seus parceiros apoiam Angola na luta contra a poliomielite

Luanda, 24 de outubro de 2023 - No bairro de Caope Velha, no município de Cacuaco, em Luanda, Elisa António de Melo, 70 anos, carrega uma menina nos braços. Está à espera, com as duas netas e quatro bisnetos, que a vacina contra a poliomielite seja administrada às crianças. De Melo não conhece os pormenores dos efeitos da vacina, mas pode dizer que salva-vidas.

"A minha filha pediu-me para trazer o bebé dela, porque ela foi trabalhar. Também não sei para que é que serve a vacina, mas acredito que salva-vidas como as outras vacinas. A minha neta já tomou todas as vacinas. O cartão está mesmo aqui", mostra orgulhosamente o cartão de vacinação da neta.

De acordo com a investigação da OMS, as vacinas salvam milhões de vidas todos os anos e são amplamente reconhecidas como uma das intervenções mais bem-sucedidas para proteger a saúde das pessoas.

Angola erradicou com êxito a circulação do poliovírus selvagem em 2015. No entanto, a análise dos dados de cobertura da vacinação contra a poliomielite oral bivalente, e a poliomielite inactivada para o período de 2022 ao primeiro trimestre de 2023, mostram que a imunidade das crianças ao poliovírus dos tipos 1, 2 e 3 é actualmente baixa, estimada em menos de 60%.

Por esta razão, a OMS e os seus parceiros de luta contra a poliomielite, uniram forças com o governo angolano e realizaram a primeira ronda de imunização, em todas as províncias do país.

"O momento de agir é agora", diz o Representante Interino da OMS em Angola, Dr. Humphrey Karamagi. "Todos nós temos a responsabilidade de apoiar o governo central e local para garantir que as nossas crianças com menos de cinco anos de idade, sejam vacinadas e protegidas contra a paralisia."

Durante as duas rondas de vacinação contra a poliomielite realizadas em setembro deste ano, mais de 5,4 milhões de crianças entre os zero e os quatro anos de idade foram vacinadas em todo o país. Para o efeito, com o apoio da OMS e do UNICEF, foram mobilizados mais de 38.000 profissionais de saúde e cerca de 8.500 equipas de vacinação, que incluíam técnicos e voluntários. Nas províncias de Malanje, Uíge, Zaire, Lunda Norte e Sul, devido à elevada prevalência de parasitas intestinais, cerca de 425 mil crianças foram também desparasitadas.

Domingas Canga, 35 anos, mãe de cinco filhos, moradora de Caope Velha, diz ter testemunhado tragédias em famílias onde as crianças não tinham sido vacinadas.  Este facto levou Canga a advogar na sua comunidade e a sensibilizar os pais para a importância da vacinação. "A saúde dos nossos filhos deve ser a prioridade de todos. O filho do vizinho também é nosso filho", diz ela.

Embora Angola e a capital do país, Luanda, não registem casos de poliomielite selvagem, as autoridades locais estão conscientes de que o risco de importação do poliovírus é iminente.

"Quando se regista um caso positivo, 200 crianças à nossa volta são infectadas. Não podemos baixar a guarda, temos de continuar a vacinar todas as crianças", explica a coordenadora provincial do Programa Alargado de Vacinação (PAV), Felismina Neto.

"Uma criança vacinada é uma criança protegida das doenças. Temos de fazer a nossa parte para ajudar o governo porque juntos podemos vencer a pólio", diz.

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
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