Cabo Verde comemora o Dia contra a Gravidez na Adolescência com o lançamento de uma campanha intitulada “Gravidez na Adolescência, Agora Não”. O ato teve lugar no Liceu de Santa Cruz, Região Sanitária de Santiago Norte, e contou com a participação das autoridades locais e do Representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Salazar.

O Representante salientou na sua intervenção a importância desta campanha e o seu potencial de replicabilidade em outras regiões do país, onde a questão da gravidez precoce é um problema social.

“A gravidez na adolescência é mais provável em comunidades pobres, menos instruídas e rurais. As complicações durante a gravidez e o parto são segunda causa principal de morte entre meninas de 15 a 19 anos em todo o mundo. Em países de renda baixa e média, os bebés de mães com menos de 20 anos enfrentam um risco 50% maior de mortalidade pré-natal e pós-parto, que os de mulheres entre 20 e 29 anos de idade”.

A campanha visa prevenir e reduzir a gravidez precoce através de ações que proporcionam mudanças de comportamentos com a adoção de estilos de vida saudáveis e consciencializando os jovens sobre a importância de terem um projeto de vida. A campanha que já iniciou algumas ações, está a envolver alunos, professores, funcionários, técnicos de saúde, pais e encarregados de educação com o intuito de aumentar a vigilância e monitorização da gravidez  na adolescência no espaço escolar e facilitar o acesso à informação sexual e reprodutiva sem preconceitos.

A taxa de gravidez na adolescência tem vindo a aumentar em Cabo Verde, segundo os dados do Ministério da Saúde e Segurança Social. No ano 2000 esta taxa era de 11,4 e em 2015 passou para 19%. Ainda, a percentagem de gravidez entre adolescente quase duplicou entre 2000 e 2011, alcançando cerca do 20%. Isto é uma em cinco mulheres grávidas está abaixo dos 19 anos.

Porém, aconteceram 13 casos de gravidez na faixa etária de 10 a 13 anos, em 2014, e 16 casos em 2015, conforme as estatísticas nacionais. Esta situação deveria ainda interpela a questão da proteção da infância.

A OMS lançou em 2011 uma campanha global para reduzir o número de casamentos antes dos 18 anos e a gravidez antes dos 20 anos, através da promoção dos métodos contracetivos, a prevenção das relações sexuais forçadas e dos abortos perigosos, e o fomento dos serviços especializados pré-parto, parto e pós-parto para adolescentes.