Dia Mundial das Hepatites: Seminário “Hepatites virais informar sensibilizar para deteção precoce”

Dia Mundial das Hepatites: Seminário “Hepatites virais informar sensibilizar para deteção precoce”
OMS/Cabo Verde
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Dia Mundial das Hepatites: Seminário “Hepatites virais informar sensibilizar para deteção precoce”

O Instituto Nacional da Saúde Pública em parceria com a Direção Nacional da Saúde e Organização Mundial da Saúde, promoveu um seminário para a celebração do Dia Mundial das Hepatites com o tema “Hepatites virais informar sensibilizar para deteção precoce”.

O evento teve lugar na sala de reunião do INSP e contou com a transmissão e participação online de técnicos da área da saúde.

A abertura da sessão esteve a cargo do Diretor Nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto, da Representante Interina da OMS em Cabo Verde, Eva Pascoal e do Administrador Executivo do INSP, Júlio Rodrigues.

Jorge Noel Barreto, salienta que o dia mundial de combate a hepatite é assinalado anualmente no dia 28 de julho como uma oportunidade de informar e sensibilizar as pessoas sobre as hepatites virais especialmente a Hepatite B e C.

Fez questão de lembrar que não há dados exatos dos números de mortos por causa das Hepatites a nível mundial, mas estima-se, que mais de 1 milhão de pessoas morrem anualmente vítimas de Hepatite B e C e mais de 3 milhões tomarão conhecimentos que estão infetadas.

Em Cabo Verde realça o Diretor Nacional da Saúde “espera-se de acordo com as estimativas que 8% da população tenha Hepatite B na sua forma crónica o que constitui um valor muito alto”. Explica que muitas pessoas não sabem se estão com Hepatite B crónica porque na maioria das vezes a doença não se manifesta através de sintomas dai realça a necessidade das pessoas fazerem teste para a sua identificação.

Os dados de 2019 reportam que em Cabo Verde 137 pessoas foram identificadas com Hepatite e desses cerca de 40 foram identificados como Hepatite B, mas sem nenhum registo de morte por essa causa.

A Representante Interina da OMS em Cabo Verde, Eva Pascoal, afirma que em África, a hepatite é uma “epidemia silenciosa” embora há registo de que “mais de 90 milhões de pessoas vivem com hepatite na Região, o que representa 26% da população mundial. Mais de 124 000 africanos morrem todos os anos por causa de Hepatites não detetadas e não tratadas”.

Reforça que aproximadamente 4,5 milhões de crianças africanas com idade inferior aos cinco anos são alvos de infeção crónica originada pelo vírus da Hepatite B, o que representa em valor percentual 70% da carga mundial nessa faixa etária.

Eva Pascoal afirma ainda no seu prelúdio que “a meta mundial de menos de 1% de incidência da Hepatite B em crianças abaixo dos cinco anos foi atingida, mas a Região Africana está a ficar para trás com uma incidência de 2,5%”. Situação essa que na maioria dos casos poderia ser prevenida pela eliminação da transmissão vertical da doença, durante ou logo após o nascimento e na primeira infância. 

Para Júlio Rodrigues, Administrador Executivo do INSP, “Cabo Verde experimentou ganhos importantíssimos em matéria de saneamento básico e investiu muito nas respostas às doenças infeciosas e parasitárias, introduzindo há alguns anos no calendário vacinal a vacina contra a Hepatite. Ainda salientou que  faz-se também o rastreio durante a consulta pré-natal para reduzir risco de transmissão da infeção mãe/filhos e garantiu uma melhoria significativa na segurança trasnfusional”.

De realçar que o seminário contou com momento de debate onde foram apresentados  temas como “Orientações da OMS para as Hepatites víricas”, proferida por Flávia Semedo, médica e  ponto focal na OMS para as emergências, “Fatores de risco e consequências de Hepatite”, por Maura Delgado, médica infeciologista e “Comportamentos Saudáveis para a prevenção e controle das Hepatites” por Antonieta Martins, Médica Especialista em Saúde Pública e Coordenadora do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade de Cabo Verde.

Durante a atividade, ficou claro o engajamento do Ministério da Saúde, no combate às hepatites víricas e a sua contribuição para a eliminação desta doença, como um problema de saúde pública a nível mundial.

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Edith Pereira