Mbanza-Congo, 3 de Junho de 2023: Nos últimos dois anos, Angola tem vindo a registar melhorias significativas no sistema de Informação Sanitária, um mecanismo essencial para a resposta às emergências em saúde pública e protecção da população.  Todavia, ainda existem vários desafios ligado ao sistema de vigilância epidemiológica e resposta às epidemias, em particular no tocante a capacidade de detecção, notificação e investigação de casos.

Estas insuficiências podem comprometer a prontidão e preparação para fazer face a surtos ou eventos de importância em saúde pública, uma situação evidenciada recentemente com o surgimento da pandemia da COVID-19, e outros surtos e ocorrências que continuam a afectar o país, com consequências devastadoras para a saúde e bem-estar da população, tais como o sarampo e a meningite.

Assim sendo, para melhorar o sistema de recolha, análise de dados, investigação e resposta às emergências em saúde pública, o Ministério da Saúde com o apoio da OMS, procedeu a revisão e adptação da 3ª edição das orientações técnicas da OMS/AFRO, um instrumento técnico que fornece um conjunto de normas e padrões sobre a implementação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), e a devida elaboração de um programa de capacitação dos profissionais de vigilância epidemiológico de todo o país.

Como seguimento, o Ministério da Saúde e a OMS, com o apoio financeiro da União Europeia, realizaram de 28 de Maio à 2 de Junho de 2023, na cidade de Mbanza Congo, uma formação de capacitação em matéria de Vigilância Integrada de Doenças e Resposta (VID_R), para 14 técnicos de vigilância epidemiológica de todos os municípios da província do Zaire.

Segundo o Dr. Walter Firmino, Oficial de Emergência da OMS, os técnicos de saúde, em particular dos municípios, comunidades e das unidades sanitárias, considerados como os da linha da frente da vigilância, devem ser bem doptados de conhecimentos e habilidades para identificar casos, notificar, investigar e sobretudo desenvolver um plano de resposta adequado que permita fazer face a qualquer surto e evitar a possibilidade de se alastrar às outras comunidades, municípios ou países.

“Esta formação tem uma importância fundamental no sistema de resposta aos surtos e doenças, por isso, como ponto de partida, foram priorizadas as províncias fronteiriças da Lunda Norte e do Zaire, no sentido de reforçar o controle das doenças nos pontos de entrada, e, por conseguinte, garantir a capacidade do país de detectar casos e responder imediatamente, em caso de epidemias nas comunidades”.

Durante cinco dias de formação, os formandos apreenderam matérias sobre preparação para epidemias e pandemias na região africana da OMS; Regulamento Sanitário Internacional (RSI); Identificar ou Detectar casos; 4) Notificar doenças e eventos prioritários; Análise e Interpretação de dados; Investigação de surto ou eventos de saúde pública; e sobre Elaboração de Plano Municipal de Preparação e Resposta a Surtos.

Entre as principais conclusões e recomendações saídas do evento, os participantes definiram como sendo prioritário para o reforço da capacidade de vigilância na província do Zaire, a capacitação dos técnicos das unidades sanitárias estatais e privadas em matéria de vigilância epidemiológica; monitoria da informação semanal recebida das unidades sanitárias; asseguramento da implementação da vigilância comunitária em todos os municípios da província; desenvolvimento regular de retro-informação sobre o desempenho do sistema de vigilância epidemiológica da província, entre outros.