Luanda - A 11 de Janeiro de 2025, a OMS participou de uma reunião de alto nível convocada pela Ministra da Saúde no Hospital Geral de Cacuaco para abordar o surto de cólera em Angola. A OMS elogiou as acções do Governo para coordenar eficazmente uma equipa multissectorial, detectar e responder ao surto em tempo oportuno, incluindo o rápido compartilhamento de informações com todas as autoridades relevantes, em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005).

O surto já afectou três províncias—Luanda, Icolo e Bengo e Bengo—com 119 casos confirmados registados até 10 de Janeiro de 2025. O primeiro caso foi reportado a 5 de Janeiro de 2025. A reunião de alto nível reuniu representantes de alto escalão, incluindo 3 ministros, de vários ministérios, como Educação, Turismo, Energia e Água, Comunicação Social, Ensino Superior, Assuntos Sociais, Agricultura, Ambiente e Administração do Território, bem como o CEO da EPAL, a empresa nacional de água de Angola. Parceiros chave no desenvolvimento da saúde, como a UNICEF e o Banco Mundial, também participaram.

O Ministério da Saúde apresentou um plano de resposta detalhado para enfrentar o surto, delineando estratégias de contenção e mitigação. A OMS expressou preocupações com a alta taxa de letalidade, enfatizando a necessidade de acções imediatas e reforçadas tanto a nível comunitário quanto hospitalar para reduzir as taxas de mortalidade.

Os esforços de preparação nas províncias ainda não afectadas pelo surto foram elogiados, enquanto o desafio global de escassez de vacinas foi destacado. A OMS observou que, com muitos países enfrentando surtos de cólera e com doses limitadas de vacinas disponíveis no stock global gerido pelo Grupo de Coordenação Internacional (ICG), continua empenhada em advogar pela alocação de vacinas para Angola.

Uma robusta sessão de feedback seguiu-se, durante a qual várias questões críticas foram abordadas:

• A OMS enfatizou a importância de trabalhar com líderes tradicionais para encorajar o uso de soluções de reidratação oral nas comunidades, especialmente para pacientes que se deslocam a unidades de saúde.
• O fortalecimento da gestão de casos e das intervenções hospitalares foi identificado como uma prioridade imediata.
• Foi destacada a necessidade de melhorar a infra-estrutura de água e saneamento, incluindo higiene, com a EPAL reconhecida como um actor chave para garantir o acesso a água potável.

Desde o início do surto, a OMS tem fornecido apoio crucial, incluindo assistência em comunicação de risco e envolvimento comunitário (RCCE), vigilância, gestão de casos, logística e documentação.

A OMS reiterou o seu compromisso, juntamente com as Nações Unidas e outros parceiros, em apoiar o Governo para garantir que o surto de cólera seja contido no menor tempo possível.

A reunião foi concluída com uma breve visita de campo ao Hospital Geral de Cacuaco, permitindo aos participantes avaliar as condições e as necessidades imediatas no local.