Director da Região Africana da OMS apela para um maior investimento na investigação em África
Maputo, 18 Setembro de 2012 -- O Director da Região Africana da Organização Mundial da Saúde (OMS/AFRO), Dr. Luis Sambo, declarou que Países da Região africana precisam de investir muito mais na investigação científica para a criação de bases factuais mais sólidas, a produção de novos conhecimentos e inovação tecnológica no domínio da saúde.
O Dr Luis Sambo falava em Maputo, no dia 17 de Setembro de 2012, durante a cerimónia de abertura das XIV jornadas científicas de Saúde que decorrem sob o lema “Instituição de Pesquisa Contribuindo para a Melhoria da Saúde em Moçambique”. Ele encontrase em Moçambique desde o dia 15 em visita oficial a convite do Governo.
Argumentou que um maior investimento na pesquisa será um contributo “para melhor desempenho dos sistemas de saúde e melhoria do estado de saúde das populações”.
Citando dados estatísticos mais recentes, o Dr. Sambo disse que a Região Africana da OMS realizou progressos no sentido da consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. “Contudo, estes avanços continuam aquém das expectativas. A malária continua a ceifar muitas vidas; os esforços de prevenção da infecção pelo HIV/SIDA revelaram-se insuficientes para refrear a incidência do HIV e SIDA ainda muito elevada; a dupla infecção da Tuberculose e do HIV e a ameaça crescente da multirresistência aos medicamentos contra a tuberculoses constitui um verdadeiro desafio”, reiterou.
Segundo o Dr. Sambo as doenças crónicas, os traumatismos resultantes de acidentes rodoviários e a violência doméstica constituem também problemas sérios de saúde pública que carecem de resposta mais adequada, nomeadamente a prevenção contra os factores de risco comuns, tais como o alcoolismo, o tabagismo, o sedentarismo e certos hábitos de consumo alimentar.
Ele congratulou-se pela atenção que o Governo moçambicano dedicada à investigação em saúde nomeadamente a existência de um Instituto Nacional de Saúde e a rede nacional de centros de investigação, a existência de um plano estratégico e a perspectiva de uma agenda nacional de investigação em Saúde.
“Contudo em termos de financiamento sabemos que o Instituto Nacional de Saúde enfrenta dificuldades sérias que poderão comprometer os planos da sua expansão, pelo que fazemos um apelo para o aumento do financiamento doméstico e internacional”, realçou.
Por seu turno o Ministro da Saúde reconheceu que o investimento na investigação em saúde irá resultar em formas mais custo- eficientes para atingir ganhos significativos nos indicadores de saúde para que se tenha um povo mais saudável, e [por isso mais apto a contribuir para o desenvolvimento.
“Não temos dúvidas de que a investigação produzida pelas nossas instituições pode jogar um papel importante para a melhoria dos indicadores de saúde e para o incremento do índice de desenvolvimento humano em Moçambique”, declarou o Dr. Manguele O Ministro da Ciência e Tecnologia, Professor Doutor Venâncio Massingue, revelou que “em 2010 a despesa bruta de investigação na área de saúde era de pouco mais de 596 milhões de Meticais contra 161 milhões de Meticais registados em 2008 (…) Apreciamos a evolução que a área de saúde tem vindo a registar em termos de recursos humanos para a investigação científica. De 2008 para 2010 a área de saúde registou um crescimento de 60 para 209 investigadores”, acrescentou.
Para o Professor Massingue estes números representam uma importante contribuição para o fortalecimento da pesquisa científica na área de saúde e não só, mas também para a implementação do Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos para a Área de Ciência e Tecnologia no contexto do qual está prevista a formação de cerca de 6500 cientistas nos níveis de Mestrado e Doutoramento até ao ano 2025.
“Saudamos, igualmente, a Organização Mundial da Saúde ao nível da Região Africana pelo facto de apoiar incondicionalmente a realização deste encontro”, disse.
As XIV jornadas científicas de Saúde terminam no dia 21 de Setembro de 2012 e contam com a participação de académicos, investigadores nacionais e internacionais, estudantes, parceiros de desenvolvimento entre outros.
Director da Região Africana da OMS apela para um maior investimento na investigação em África
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