Angola assinala Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas com aposta na eliminação

Angola assinala Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas com aposta na eliminação

Luanda, Angola – Em alusão ao Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciáveis (DTN), celebrado todos os anos a 30 de Janeiro, o Ministério da Saúde de Angola, com o apoio da OMS congregou os principais parceiros chave, para chamar a atenção para questões prioritárias em torno das DTN, os esforços envidados, e também para reflectir sobre a parceria entre sectores, países e comunidades para advogar a favor de mais investimentos, e ações com vista a prevenção e eliminação destas doenças.

Segundo a Ministra da Saúde de Angola, Dra. Silvia Lutucuta, que discursava durante a cerimónia de abertura, apesar das dificuldades que o país enfrenta, alguns progressos significativos foram alcançados no sentido de se atingir as metas estabelecidas pela OMS para a eliminação das DTNs.

“Atingimos com sucesso em 2005 a meta de eliminação da lepra, como problema de saúde pública, que deve regozijar e motivar a todos. Temos a consciência absoluta que ainda existem vários desafios para garantir a eliminação das DTNs,  por isso apelo a todos os angolanos a unirmo-nos para continuar a enfrentar os desafios da eliminação das DTNs”.

As DTNs afectam mais de mil milhões de pessoas a nível mundial, deixando as populações pobres e vulneráveis frequentemente debilitadas, e como consequência perpetuando o ciclo da pobreza, que resulta, entre outros, em maus resultados educacionais e diminuição das oportunidades profissionais das populações.

Estas doenças, causadas por uma variedade de agentes patogénicos, são "negligenciadas" porque estão quase que ausentes da agenda de saúde mundial, gozam de pouco financiamento e estão associadas ao estigma e à exclusão social.

Para a Representante da OMS em Angola, Dra. Djamila Cabral, as DTNs são também responsáveis por outras consequências, tais como deficiência, discriminação e acesso limitados aos serviços sociais, e colocam uma tensão considerável tanto sobre os pacientes como sobre as suas famílias.

Por isso, acrescentou Dra Djamila Cabral, “a OMS tem vindo a apelar a todos, incluindo líderes e comunidades, para lutarem contra as desigualdades resultantes das DTNs e realizarem investimentos ousados e sustentáveis, por forma a proteger e libertar do ciclo da pobreza mais de 1,5 mil milhão de pessoas que vivem nas comunidades mais vulneráveis, em todo o mundo”.

“Apesar das dificuldades inerentes ao seu controlo, as DTNs podem ser controladas, eliminadas e erradicadas e muitas histórias de sucesso têm comprovado esta premissa. Por isso, é nossa convicção que, trabalhando juntos, integrados e em coordenação, podemos assegurar que os serviços essenciais de saúde cheguem a todos de que deles necessitam, para garantir a cobertura universal de saúde e a eliminação das DTNs, sem deixar ninguém para trás”.

Nos últimos anos, apesar das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, afectando signficativamente o diagnóstico, tratamento e cuidados para as DTNs, com uma diminuição de 34% no número de pessoas tratadas, entre 2019 e 2020, o Ministério da Saúde de Angola (MINSA) e os seus parceiros têm vindo a acelerar as acções para o combate as DTNs no país.

Dentre as iniciativas levadas a cabo pelo MINSA, incluem a elaboração de um plano estratégico nacional das doenças tropicais negligenciadas 2021-2025, redimensionamento do movimento para combater as DTNs, inclusão das DTN na agenda nacional de saúde, adopção de abordagens inovadoras para o combate às DTNs, incluindo aquelas usadas durante a pandemia da COVID-19, promoção da colaboração multissectorial e envolvimento das comunidades para o combate as DTNs.

O acto central do Dia Mundial das DTN, celebrado sob o lema “Agir agora. Agir em conjunto. Investir em doenças tropicais negligenciadas”, teve lugar numa das Escolas da capital do país, Luanda, num evento preenchido de actividades culturais e prestação de serviços de saúde à população, com a participação de cerca de 500 pessoas de diferentes extractos sociais.

Ministra da Saúde assistindo a população
Ministra da Saúde assistindo a população

Exposição sobre DTNs em Angola
          Exposição sobre DTNs em Angola
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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
Escritório da OMS em Angola
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