Angola melhora gestão de dados para combater o surto de cólera

Angola melhora gestão de dados para combater o surto de cólera

Numa ação significativa para combater o surto de cólera, mais de 20 profissionais de gestão de dados receberam hoje formação especializada em Luanda. Esta iniciativa faz parte do esforço nacional para controlar e combater a devastadora epidemia de cólera.

O Dr. Zabulon Yoti, Representante Interino da OMS em Angola, enfatizou a importância desta formação, afirmando: “O Ministério da Saúde, com o apoio da OMS, num esforço conjunto do escritório de Angola e do Polo da OMS em Berlim, está a capacitar especialistas em gestão de dados com competências e conhecimentos essenciais. Isto é crucial para melhorar o mapeamento de casos, reforçar os nossos esforços de vigilância e melhorar significativamente a nossa resposta ao surto de cólera”. A capacidade desenvolvida durante a resposta à cólera será aplicada em todas as outras áreas, incluindo o reforço dos sistemas de saúde da componente de gestão de dados e informações.

“A gestão eficaz dos dados é uma pedra angular na nossa luta contra a cólera. A vigilância exacta e a gestão de casos e mortes são vitais para uma resposta eficiente e baseada em dados concretos”, acrescentou o Dr. Yoti.

As autoridades sanitárias estão optimistas quanto ao facto de os técnicos recém-formados estarem mais bem equipados para desempenhar as suas funções, contribuindo significativamente para a gestão de dados e a vigilância na província de Luanda, o epicentro do surto de cólera.

De acordo com a Diretora Nacional de Saúde Pública, Dra. Helga Freitas, os técnicos formados vão reforçar a gestão de dados, deteção de casos e análise nas unidades sanitárias da província de Luanda e ajudar a acelerar a resposta para acabar com o surto de cólera. “A gestão de dados e os fortes esforços de vigilância em resposta ao surto são uma componente crucial na definição e orientação da estratégia e na garantia de uma resposta efectiva ao surto de cólera”, afirmou.

A cólera continua a ser uma grave ameaça para a saúde pública em Angola, sobretudo nas zonas urbanas densamente povoadas. Até 20 de Março, o país registou mais de 7.950 casos e 298 mortes em 14 províncias, com uma taxa de mortalidade de 3,8%. Cerca de 95% de todos os casos foram registados nas três províncias adjacentes de Luanda, Bengo e Icole e Bengo.

Luanda é a província mais afectada, sendo responsável por 52% de todos os casos e mortes notificados desde o início do surto. A elevada densidade populacional e as condições de saneamento inadequadas aceleraram a propagação da doença. O reforço da resposta à cólera em Luanda através da formação em gestão de dados e vigilância é crucial para controlar a epidemia e salvaguardar a saúde pública.

Rosa Agostinho, uma das técnicas formadas em Luanda, expressou o seu entusiasmo com a formação, dizendo: “Esta é uma oportunidade fantástica para melhorar as minhas competências e contribuir para melhorar a saúde em Angola. Ao reforçar as nossas capacidades técnicas, podemos assegurar a recolha, análise e utilização eficazes dos dados sobre a cólera, permitindo uma resposta mais rápida e informada à epidemia.”

Para combater a cólera, a OMS, juntamente com parceiros estratégicos como a UNICEF, a Cruz Vermelha e o Banco Mundial, apoia Angola através do reforço das capacidades dos profissionais de saúde, distribuição de soluções de tratamento de água, implementação de medidas de saneamento básico, mobilização das comunidades e realização de campanhas de vacinação.

A cólera, uma infeção diarreica aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, é transmitida principalmente através de água ou alimentos contaminados. Pode ser prevenida e controlada com tratamento atempado, higiene adequada, saneamento e vacinação. São essenciais esforços multissectoriais urgentes para reduzir rapidamente a propagação da cólera em Angola e ultrapassar esta preocupante emergência de saúde pública.

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
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