Angola organiza reunião de análise global e metodológica para acelerar a vacinação.

Angola organiza reunião de análise global e metodológica para acelerar a vacinação.

Para garantir que todas as crianças sejam vacinadas e protegidas das doenças preveniveis por vacinação, o Ministério da Saúde, com o apoio da OMS, realiza em Luanda, nos dias 20, 21 e 22 de Agosto, um encontro metodológico com a participação de parceiros e técnicos de saúde de todas as províncias do país.

Segundo o Representante Interino da OMS em Angola, Dr. Yoti Zabulon, o encontro metodológico sobre o Programa Alargado de Vacinação (PAV) é um testemunho da determinação colectiva de proteger todas as crianças em Angola contra as doenças preveníveis por vacinação.

“A vacinação continua a ser uma das medidas cruciais para proteger e salvar vidas. Assim sendo, precisamos sempre nos congregar, trabalhar em conjunto, partilhar experiências, aprender com o nosso passado, planear o nosso futuro e tornar realidade um país livre de doenças preveníveis por vacinação”.

Andrew Trevett, Representante Adjunto do UNICEF em Angola considera o programa de imunização (PAV) fundamental para qualquer sistema de saúde que ainda enfrenta o duplo fardo de doenças transmissíveis e não transmissíveis.

“Para além de proteger contra doenças preveníveis, o PAV também fortalece a saúde comunitária, reduz a mortalidade infantil e melhora a satisfação da comunidade, pelo que é necessário reforçar a eficácia na implementação das estratégias e na capacidade de atender às necessidades das comunidades mais vulneráveis, o lar de crianças que nunca foram vacinadas”.

Nos últimos anos, o Governo de Angola tem realizado investimentos significativos na saúde, através da construção e remodelação de estruturas, expansão da rede nacional de serviços de saúde, aquisição gradual de equipamentos para a cadeia de frio, aumento da força de trabalho e capacitação de novos profissionais na área de vacinação, com o objetivo de melhorar a oferta de vacinação e os níveis de cobertura vacinal da população.

Não obstante os esforços em curso, Angola continua a enfrentar vários desafios para garantir a imunização da população e por conseguinte, segundo dados da OMS, está entre os três países da região africana com o maior número de crianças Zero Dose (criança sem nenhuma dose de vacina), estimado em meio milhão de crianças não vacinadas com a vacina de Penta 1 e Penta 3. Para recuperar essas crianças, a OMS está a apoiar o Governo de Angola na implementação do projecto “Doses Zero” para países de rendimento médio (MICS) no reforço da vacinação em 22 municípios das cinco províncias com o maior número de crianças não vacinadas.

Por outro lado, Angola precisa de reforçar a imunização das crianças contra a poliomielite devido a um surto em curso, causado pela importação do vírus de países vizinhos. Até à data, foram confirmados 16 casos do vírus em seis províncias, nomeadamente Luanda, Huambo, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico e Benguela. Em resposta, as autoridades sanitárias realizaram em Maio e Junho, duas campanhas de vacinação, com cerca de 78% e 84% dos municípios atingindo uma cobertura de vacinação de alta qualidade nas primeira e segunda rondas, respectivamente. Como reforço, uma campanha alargada de vacinação será realizada em Setembro deste ano.

Para o Secretário de Estado de Saúde Pública de Angola, Dr. Carlos Pinto de Sousa, o Governo está ciente dos desafios que enfrenta principalmente de natureza estrutural e financeira, para aumentar as coberturas vacinais e incluir de forma sustentável todas as crianças. No entanto, “confia plenamente na liderança e no compromisso de todos para superarmos este desafio e reduzirmos de forma sustentável o número de crianças Zero-Doses”.

“A vacina é uma das ferramentas mais poderosas que temos à nossa disposição para proteger vidas e prevenir doenças como a poliomielite, aliviando a pressão sobre o nosso sistema de saúde e permitindo que recursos valiosos sejam direcionados para tratar outras condições que as vacinas não podem prevenir. Este evento nos permitirá realizar uma avaliação exaustiva dos indicadores de vacinação de rotina, dos desafios e dos constrangimentos que impedem o alcance de altas coberturas e proteção da nossa população”.

O encontro metodológico sobre vacinação em Angola representa uma oportunidade crucial para avaliar os principais indicadores de desempenho da vacinação de rotina, do Projecto MICs Zero-Doses, informar sobre o Plano da Campanha Nacional de Vacinação para a Prevenção do Cancro de Colo de Útero, definir as acções para a Campanha Nacional de Vacinação contra a pólio, bem como estabelecer iniciativas essenciais para a melhoria da vacinação no país.

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
Escritório da OMS em Angola
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