Proteger as crianças angolanas contra as doenças preveníveis por vacinação

Proteger as crianças angolanas contra as doenças preveníveis por vacinação

Após terminar a universidade de medicina em 2012, Fadário tinha um sonho: contribuir para que o maior número de crianças angolanas fosse vacinado, para diminuir as mortes preveníveis por vacinação.

Graças aos esforços conjuntos das autoridades governamentais a todos os níveis, dos parceiros nacionais e internacionais, da sociedade civil e da população em geral, Fadário testemunhou nos últimos anos conquistas significativas a nível da imunização, com a certificação de Angola como um país livre da poliomielite selvagem em 2015, e a introdução de novas vacinas como a pneumococo, a rotavírus e a vacina combinada do sarampo e rubéola.

Pese embora os avanços verificados, vários são os desafios que ainda se colocam para o aumento dos indicadores de imunização em Angola e a redução das mortes preveníveis por vacinação. O país precisa assegurar a gestão eficaz de vacinas e material de vacinação, para evitar rupturas de estoque e garantir a disponibilidade de vacinas em todos os postos de vacinação. Além disso, é crucial aumentar a cobertura vacinal de todos os antígenos em todos os municípios do país e intensificar as actividades suplementares de vacinação para doenças prioritárias como a poliomielite, sarampo e tétano materno. As interrupções associadas aos esforços de vacinação contra a COVID-19 sobrecarregaram os sistemas de saúde em 2020 e 2021, o que resultou em retrocessos dramáticos e na exclusão de muitas crianças da cobertura vacinal.

Fadário tem noção destes desafios, pois a sua trajetória no sector da saúde é longa. Aos 20 anos, juntou-se ao Departamento de Saúde Pública do Ministério da Saúde como técnico de imunização e em 2001, como técnico de imunização da OMS. Nas vestes de especialista da OMS, trabalhou em várias localidades do país e também na República de Moçambique.

Com orgulho, recorda o trabalho desenvolvido em Moçambique, onde com base na experiência de Angola, apoiou a introdução de um modelo que promoveu a participação de outros actores da comunidade na administração da vacina contra a pólio, antes exclusiva aos técnicos de saúde. Esta abordagem, contribuiu para a melhoria do engajamento das comunidades, redução da rejeição e aumento significativo da cobertura vacinal em Moçambique. Ele refere-se a esta experiência como um exemplo perfeito da aprendizagem entre homólogos que a OMS promove nos diferentes países.

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Actualmente, destacado na província de Benguela, no sul de Angola, Fadário tem a responsabilidade de realizar busca activa de possíveis casos de paralisia flácida nos hospitais e nas comunidades, formar clínicos e outros agentes que participam no processo de detecção de eventos de saúde pública, bem como garantir a formação de vacinadores e de equipas de monitoria pós vacinação.

“Nenhuma criança deve ficar sem vacinação. A vacina é um dos maiores ganhos da medicina, através da qual temos a possibilidade de prevenir e proteger as nossas crianças contra as doenças, em particular a pólio que causa paralisia infantil”

Com o objectivo de vacinar todas as crianças e garantir um mundo livre da pólio, a Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite definiu três medidas crucias igualmente em implementação em Angola, que incluem a imunização de rotina com a vacina contra a poliomielite, actividades suplementares de imunização contra a poliomielite e a vigilância da paralisia flácida aguda.

Angola tem implementado com sucesso esta estratégia e está no bom caminho para garantir um país livre da pólio, como garante o coordenador da OMS para a eliminação da pólio, Dr. Fekadu Lema. Confiante, Dr. Fekadu é peremptório: os desafios estão identificados e incluem também o movimento populacional transfronteiriço e a presença de vários pontos informais de passagem transfronteiriços com todos os riscos de importação do pólio vírus. Todavia, com a realização de acções complementares tais como a integração da vacinação contra a pólio em outras intervenções e serviços de saúde, e a apropriação urgente do programa de vacinação pelos governos provinciais, Angola pode acelerar a imunização e proteger todas as crianças contra a pólio.

Apesar dos desafios persistentes para a implementação das iniciativas de vacinação de todas as crianças, Fadário não tem dúvidas: É possível e vamos todos juntos, garantir um mundo sem pólio e sem mortes por doenças preveníveis por vacinação.

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
Escritório da OMS em Angola
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T: +244 923 61 48 57