Trinta jornalistas são treinados em Comunicação de Risco para Emergências de Saúde
A OMS em parceria com o Ministério da Saúde e Segurança Social (MSSS) e o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) tem promovido um atelier em Comunicação de Risco para jornalistas e comunicadores de Cabo Verde, realizado na Cidade da Praia, de 26-27 julho 2018.
O atelier congregou a mais de trinta participantes, principalmente jornalistas e comunicadores da imprensa pública e privada, bem como profissionais de saúde. O Atelier enquadra-se no Projeto de Emergência para Apoiar o Plano de Preparação e Resposta para o Combate ao Surto do Vírus Zika, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
O objetivo principal do atelier é de reforçar as capacidades técnicas dos intervenientes na comunicação de risco e as suas estratégias de implementação. O resultado mais importante foi conseguir que os jornalistas compreendessem as dificuldades relacionadas à perceção de risco, as características da informação em situação de emergência, a aplicação dos princípios de comunicação da OMS em situações epidêmicas, e a identificação de formas eficazes de comunicação com a mídia em situações de emergência e crises.
Abertura do workshop
Durante a cerimônia de abertura, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Tomás Valdés, recordou as várias epidemias experimentadas por Cabo Verde nos últimos anos, incluindo as epidemias de dengue, Zika e paludismo. Ele explicou ainda as medidas tomadas pelas autoridades nacionais com o apoio de parceiros, incluindo a OMS para controlar essas emergências de saúde pública e destacou o papel da comunicação de risco na preparação e resposta às epidemias.
O Representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Salazar, observou que “as epidemias de malária e Zika mostraram ao governo e os seus parceiros que as doenças transmitidas por vetores são uma grande ameaça para a saúde da população do país. Daí o projeto em que fica enquadrado este atelier, que serve como parte da preparação e resposta às epidemias”.
A realização deste workshop contribui para o fortalecimento das capacidades nacionais em comunicação de risco, salientou o Representante. "A Comunicação de Risco é um foco estratégico central nas emergências e na luta contra as pandemias em termos de preparação e resposta", acrescentou.
Exercícios Práticos
As apresentações foram todas precedidas dos exercícios práticos de reflexão e discussão. Assim, ao longo do atelier, houve exercícios individuais (de pré-teste e pós-teste) e grupais. Estes exercícios foram projetados para avaliar o conhecimento dos participantes sobre os conceitos de comunicação de risco, e os valores culturais das comunidades. Isto serviu ainda para ter em conta as atividades de comunicação de risco e de envolvimento da comunidade, incluindo a escrito de artigos informativos de saúde pública e estudos de caso aplicados aos surtos de Zika e Ébola.
As simulações também foram feitas sobre os papéis dos porta-vozes e as autoridades sanitárias em tempos de emergências de saúde. Em geral, esses foram cenários para dar aos jornalistas mais habilidades técnicas para melhor informar as pessoas durante emergências de saúde pública.
Apresentações Temáticas
Vários temas foram apresentados, incluindo a introdução à comunicação de risco no quadro da epidemia Zika, o risco na comunicação em situações de emergência, a mobilização social e participação da comunidade, o papel e as responsabilidades dos órgãos de comunicação social durante emergências de saúde pública, os eixos de intervenção estratégica de comunicação de riscos com foco nas questões de saúde pública, a comunicação de crise, as relações com os mídia numa situação de crise, e como contar uma história e produzir artigos informativos durante as epidemias.
Tendo em conta que o repórter também pode, através de rumores ou informações falsas, ampliar a crise, ou causar medo e pânico dentro da comunidade, foi enfatizado o role fundamental que o este tem para apoiar ao Ministério da Saúde na gestão da informação nas emergências.
Estas apresentações geraram um vivo interesse entre os participantes cujas perguntas foram entre outros focadas nas estratégias de comunicação utilizadas durante os recentes surtos de Zika e paludismo, o acesso a informações relativas à saúde, o que se deve comunicar durante epidemias, a relação entre jornalistas e profissionais de saúde, e a avaliação das atividades de comunicação durante a epidemia do Zika. As respostas às várias perguntas foram apoiadas por experiências concretas.
Além disso, a troca de experiências entre facilitadores e participantes permitiu que o trabalho dos jornalistas fosse reforçado através da melhoria do conhecimento para a adoção de comportamentos promotores de saúde, particularmente durante epidemias e outras situações de emergências.