Em Moçambique a OMS ajuda famílias das zonas afetados pelo surto da cólera a se prevenirem da doença.

Em Moçambique a OMS ajuda famílias das zonas afetados pelo surto da cólera a se prevenirem da doença.
@2023/WHO/ Joelma Pereira
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Em Moçambique a OMS ajuda famílias das zonas afetados pelo surto da cólera a se prevenirem da doença.

O surto de cólera em Moçambique tem afetado muita gente, atingindo mais de 30.000 pessoas e matando 141 desde da declaração de uma epidemia pelo Ministério de Saúde em Setembro de 2022. O distrito de Nacala Porto na província de Nampula, foi uma dos assolados pela doença de mãos sujas.

Charles Jose de 10 anos e a sua Mae Anahita Alfredo moradores do bairro do triangulo no distrito de Nacala Porto, foram vítimas da doença no mês de maio.

“Eu comecei a sentir muita dor de barriga e tinha vontade de ir a casa de banho toda a hora. Então o meu pai, levo-me ao hospital. Eu fiquei lá muito tempo com o meu pai. Quando fiquei melhor voltei para casa, mas a minha mãe também ficou doente e teve que ir ao hospital, mas não ficou lá. Agora todos na minha casa estão bem e eu estou feliz porque posso ir jogar a bola com os meus amigos todos os dias”. Disse Charles olhado para o seu pai.

O bairro onde mora a família do Charles, foi uma dos mais afetados pelo surto de cólera, no distrito de Nacala Porto. A falta de saneamento básico e visível assim que se visita o local, porque em 10 famílias, 3 tem latrinas e elas são partilhadas com os seus vizinhos. Por exemplo a família o Charles utiliza a latrina com mais vizinhos. A casa desta família se situa em uma inclinação, onde quando o vizinho do lado limpa a sua casa, toda a poeira, cai na varanda da entrada da casa do Charles. A mesma varanda e onde a mãe do Charles prepara a comida e lava a roupa da família.

“Nós da saúde em colaboração com os líderes comunitários, conseguimos reduzir os casos de cólera, no bairro do triangulo, graças ao apoio da OMS e outros parceiros. No dia 6 de maio, 1500 famílias do bairro do triangulo recebeu kits para prevenção de cólera doados pela OMS, constituídos por sabão, baldes, Certeza, soro e detergente. Também foi feita a desinfecção das casas dos ex-pacientes de cólera, após a alta dos mesmos a nível do Centro de Tratamento de Cólera” Diz Alima Mussa Paulino Amade, Tecnica de medicina preventiva na direção distrital de Saúde de Nacala Porto.

A família dos Charles beneficiou de um kit de prevenção de cólera e a sua casa foi desenfestada. Segundo Anahita Alfredo mãe do Charles o kit e a demonstração de como usar o Soro e a Certeza e os concelhos dados pelos técnicos da saúde tem ajudado muito na prevenção da doença. “ Eu agora, trato a água que apanho na torneira da FIPAG na casa da vizinha com Certeza. No passado eu pensava que a água era segura. Então eu utilizava a água não tratada para cozinhar, lavar a roupa e limpar a casa sem pensar que ela era imprópria para saúde. Mas quando o Charles e eu e muita gente do bairro começaram a ficar doentes com cólera e comecei a tratar a água com Certeza conforme me foi mostrado pelo pessoal da saúde que nos deu este kit”.

Felizmente o cenário em Nacala Porto, melhorou bastante porque há dois meses atras, davam entrada no Centro de Tratamento de Cólera, mais de 50 a 80 casos de cólera por dia, vindos dos bairros mais afetados no distrito de Nacala Porto, como por exemplo o bairro do Triangulo e Ontupaia 2. A redução dos casos deve-se a vários fatores, desde do tratamento, seguimento dos casos a nível da comunidade até ao engajamento comunitário para prevenção. A componente do engajamento comunitário com o envolvimento dos líderes comunitários, os meios de comunicação social e parceiros como a OMS, UNICEF, MSF e outros foi crucial para sensibilizar a população há adotar hábitos higiênicos que levaram a reduzir a cadeia de transmissão do vibrião.

“A nossa batalha com o vibrião da cólera ainda não terminou na província. Porém é necessário reconhecer que o trabalho conjunto liderado pelo serviço distrital da saúde mulher e ação social, feito a nível dos bairros mais afetados neste distrito, como a distribuição dos kits, a desinfeção das casas dos pacientes que receberam alta do CTC e a sensibilização da população ajudou a desmistificar a percepção negativa em torno da doença, como por exemple o uso de cloro para purificar a água, que muitas vezes é confundido localmente com cólera” .  Disse Cremildo Rajabo, Emergency Medical Officer da OMS, responsável da resposta ao surto da cólera na província de Nampula

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