São Tomé e Príncipe aprovou um novo plano estratégico da eliminaçao a malária 2023-2027.
O plano tem por objectivo reduzir a incidência da malária para menos de cinco casos por 1.000 habitantes na ilha de São Tomé e para zero casos na ilha do Príncipe.
O anterior plano estratégico do programa nacional de luta contra a malária previa que, até 2021, a morbilidade da malária fosse reduzida para 1 caso por 1.000 habitantes em todos os distritos de São Tomé e para 0 caso autóctone na região autónoma do Príncipe, com a ambição de eliminar a malária até 2025. No entanto, durante este período, o número de casos de paludismo aumentou. A incidência anual no país aumentou de 12,5 para 12,7 entre 2017 e 2021, com os distritos de Lobata, Água Grande, Mé-Zóchi e Lembá a registarem as taxas mais elevadas.
Na cerimónia de validação do novo plano estratégico, a representante da Organização Mundial de Saúde, Dra. Françoise Bigirimana, reconheceu que a anterior meta de eliminação da malária até 2025 não será alcançada em São Tomé e Príncipe. "Em São Tomé e Príncipe, embora tenha havido uma redução significativa do número de mortes, o país tem registado um aumento considerável do número de casos nos últimos anos, passando de 1944 casos em 2019 para 4008 em 2022 (mais do dobro em 2 anos). As principais razões seriam a pandemia de COVID 19 e a insuficiência de recursos humanos e financeiros", afirmou a Dra. Bigirimana. A Organização Mundial da Saúde realçou a importância de contributos internos e externos."Para alcançar os objectivos de eliminação em São Tomé e Príncipe, é necessário um investimento nacional mais substancial e um financiamento interno e externo previsível e sustentável", concluiu a Dra. Bigirimana.
O Presidente da República, Carlos Vila Nova, que presidiu à cerimónia de validação do Plano Nacional de Eliminação da Malária 2027, saudou o lema escolhido pela OMS este ano para a celebração do Dia Mundial da Malária - chegou a hora de atingir a meta de zero casos de malária: investir, inovar e implementar. No entanto, o presidente santomense diz que é importante conhecer os verdadeiros factores que estão por detrás do aumento da malária no país nos últimos anos e adoptar estratégias que levem a inverter a tendência. "É por isso que o Estado santomense considera a luta contra este flagelo como uma condição essencial para o desenvolvimento nacional e um aspecto importante da luta contra a pobreza e o subdesenvolvimento económico", sublinhou o Presidente Vila-Nova. A apropriação deste novo plano pela população assenta no envolvimento e na participação das comunidades, o que é essencial para acelerar o progresso em direcção ao objectivo da eliminação.
O Ministro da Saúde, Celsio Junqueira, que encerrou a cerimónia de validação, apelou ao reforço das contribuições internas e externas para a implementação do novo plano estratégico de eliminação da malária. "Aproveito também esta oportunidade para chamar a atenção de toda a população para a necessidade de aceitar a pulverização das casas como a utilização diária de redes mosquiteiras impregnadas, e de evitar danos ao nosso ambiente. O Ministro da Saúde afirma que é necessário reforçar a prevenção para evitar um novo aumento de casos de paludismo como aconteceu nos anos 80. O governo considera o paludismo como um problema de saúde pública, e a sua eliminação é uma prioridade e um objectivo estratégico para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, enfatizou o ministro da saúde.