São Tomé e Príncipe celebrou o Dia Mundial de Luta contra o Paludismo
O país está comprometido em atingir o objectivo de eliminação da malária até 2030
O anfiteatro da Universidade de São Tomé e Príncipe acolheu, no dia 25 de abril, a conferência internacional comemorativa do Dia Mundial de luta contra o Paludismo. O evento contou com a presença do Ministro da Presidência e do Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentares e Coordenação Sustentável, Lúcio MAGALHÃES, da Ministra da Saúde e Direitos da Mulher, Ângela COSTA, da Representante Residente da OMS, Françoise BIGIRIMANA, bem como da Embaixadora da República Popular da China, da Reitora da Universidade de São Tomé e Príncipe, de representantes do Cabo Verde conectados online, e de muitos parceiros, profissionais de saúde, sociedade civil e estudantes.
O paludismo tem implicações e custos importantes para o sector da saúde e tem um impacto negativo na atractividade turística e na economia do país.
São Tomé e Príncipe faz parte da iniciativa global E2025 da OMS, que tem como objectivo eliminar a malária em 25 países até 2025. De acordo com os dados epidemiológicos registados nos últimos três anos, o país tem assistido a um aumento de casos, situação que compromete o objectivo de eliminação até 2025.
No entanto, o país está empenhado em eliminar a malária, e aprender com a experiência de Cabo Verde, um país que recebeu a certificação da OMS como país livre de malária em janeiro de 2024.
De acordo com o Plano Estratégico Nacional para Eliminação do Paludismo, o Distrito de Caué e a Região Autónoma do Príncipe devem eliminar o paludismo até 2027 e São Tomé e Príncipe deve tornar-se um país livre de paludismo até 2030, como afirmou a Ministra da Saúde e Direitos da Mulher, Ângela COSTA.
De facto, São Tomé e Príncipe tem uma série de boas práticas no programa de eliminação do Paludismo, por exemplo, o país não registou um único caso de morte causada pela malária desde 2022 até a presente data. Isto demonstra a capacidade e o sucesso da gestão de casos de paludismo no país.
No entanto, a preocupação prende-se com o número crescente de casos registados nos últimos três anos.
Em 2021, foram registados 2.719 casos de paludismo, 3.970 em 2022 e 2.348 novos casos em 2023. Para 2024, até a presente data, o país já registou 1.700 novos casos.
Entre os principais desafios, destacam-se a necessidade de melhorar o sistema de vigilância e a cobertura nacional de pulverização intradomiciliar que está abaixo da meta nacional que é de 80% em distritos, como Água Grande, com 58%, Lembá com 62%, Mé-zochi com 66%.
É neste contexto, que a Organização Mundial de Saúde em São Tomé e Príncipe, em colaboração com o Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e a Malária, está a intensificar o seu apoio técnico para reforçar o controlo dos vectores, para o sistema de vigilância do paludismo, a realização de avaliações relacionadas com o comportamento da população face às intervenções contra o paludismo e a eficácia terapêutica dos medicamentos utilizados no tratamento do paludismo.
De acordo com o Relatório Mundial sobre a Malária, as pessoas que vivem em situações mais vulneráveis, as mulheres grávidas, as crianças com menos de 5 anos, os refugiados, os migrantes e as pessoas deslocadas, entre outros, continuam a ser desproporcionadamente afectadas. As alterações climáticas e as emergências humanitárias, incluindo as catástrofes naturais e os conflitos dentro dos países, tornam as populações mais vulneráveis à doença e impedem o progresso e o desenvolvimento.
Em 2022, foram registados mais de 249 milhões de casos de malária e 608 mil mortes em todo o mundo. A região africana representou 85% das mortes por malária a nível mundial e alberga 20 países com o maior número de casos de malária do mundo.