Progress report African region 21 - 2.12. Integrated action and innovations - PT

2.12 Acções e inovações integradas para a saúde
2.12 Acções e inovações integradas para a saúde

Em áreas transversais como a inovação, a saúde digital, a investigação, os laboratórios, a informação sanitária, os cuidados de saúde primários e a resistência aos antimicrobianos, o Escritório Regional da OMS para a África continuou a prestar apoio integrado em todas as áreas do programa técnico. Entre as conquistas, foi criada uma base de dados de mais de mil inovações tecnológicas para a COVID-19, para melhorar o acesso à informação sobre novas abordagens e ferramentas. Foram efectuadas análises intra-acção (IAR) em 20 países. Estas IAR constituem um exercício de aprendizagem colectiva com base em experiências e desafios compartilhados e reconhecimento de entraves, por forma a actualizar os planos e reforçar as estruturas de resposta.

A capacidade de diagnóstico da COVID-19 chegou a todos os 47 países no início do ano, com a África do Sul e o Senegal a serem os únicos países capazes de o fazer no início da pandemia. Com o apoio do Escritório Regional da OMS para a África, mais quatro países completaram o rol e puderam efectuar pela primeira vez testes de reacção em cadeia da polimerase. Juntamente com testes rápidos de diagnóstico fiáveis de detecção de antigénios e o acesso eficaz a ferramentas fáceis de utilizar, os países foram instados a aumentar o número de testes realizados. Além disso, no que diz respeito à inovação relacionada com os laboratórios, a OMS-AFRO e o CDC de África, trabalhando em colaboração, lançaram a rede de laboratórios de sequenciação genómica da COVID-19. Esta rede está a prestar apoio para alargar rapidamente as capacidades de vigilância genética em todo o continente.

FIGURA 14: Percentagem de países que realizaram pelo menos uma análise intra-acção (IAR) ou uma avaliação equivalente a nível nacional da resposta à COVID-19
Figura 14

Numa nota relacionada, a melhoria da gestão dos dados e da informação no continente tem estado no topo das actividades prioritárias da AFRO. Para melhor monitorizar as perturbações e a utilização dos serviços de saúde pelas comunidades durante a pandemia, por exemplo, foi criado um painel regional que está a ser utilizado por 27 países, reflectindo dados de quase sete mil centros de saúde na Região. Uma problemática evidenciada no ano passado, a vigilância da mortalidade e o registo civil e estatísticas vitais continuaram neste semestre a ser abordadas através da elaboração de roteiros, formação e integração da utilização de atestados médicos electrónicos para a causa da morte. Em linhas semelhantes, sob a orientação do Escritório Regional da OMS para a África, o Quénia, a Namíbia e o Ruanda iniciaram os preparativos para introduzir plataformas digitais de saúde como parte do reforço dos sistemas de informação. Foram também encontradas soluções digitais noutros países, com uma nova aplicação móvel introduzida no Sudão do Sul para o encaminhamento de casos.

A nível académico, o Comité Consultivo Africano para a Investigação e Desenvolvimento da Saúde (AACHRD) apoiou jovens cientistas de 20 países a desenvolverem artigos científicos relacionados com a cobertura universal de saúde e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. O Escritório Regional da OMS para a África também foi co-autora e contribuiu com informações para pelo menos 10 artigos de revistas académicas e da área médica, para além de ensaios produzidos pela OMS.

 
 
Fabricação de produtos médicos na
Região Africana

Num Fórum convocado pela OMS, de 21 a 25 de Junho, decisores do governo, dos meios académicos, da comunidade internacional e das instituições de investigação discutiram a produção local e a transferência de tecnologia de medicamentos e vacinas para a produção nacional. Os participantes foram liderados nas discussões pela Argélia, Gana, Quénia, Ruanda, Etiópia, Nigéria, Senegal e África do Sul, que já iniciaram o desenvolvimento de capacidades para a fabricação de vacinas.

O Fórum respondeu à dura realidade de África, onde as importações representam 70% a 90% de todos os medicamentos consumidos, com implicações tremendas na capacidade das pessoas – e dos sistemas de saúde nacionais – de pagar os medicamentos mais básicos. Com países incapazes de produzir, adquirir e dispensar oxigénio que salva vidas aos doentes, seguida de uma grave escassez de vacinas em todo o continente, a COVID-19 renovou o compromisso assumido por África de reduzir a dependência do continente em produtos médicos importados.

Simultaneamente, a discussão abordou a temática constante no continente dos medicamentos falsos – e muitas vezes mais baratos – ou ilegais. Combater este problema exige sistemas regulamentares mais robustos, controlo de qualidade e fabrico de medicamentos normalizados a nível internacional, em conformidade com o Plano de Fabrico de Produtos Farmacêuticos da União Africana para África. Juntamente com a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) e a Organização Industrial das Nações Unidas (UNIDO), a OMS apoia o reforço do sistema regulamentar para garantir uma melhor qualidade e preços mais acessíveis para os medicamentos comprados e vendidos em África. Uma melhor regulamentação cria um ambiente favorável à indústria farmacêutica nacional e restringe o tráfico de medicamentos falsificados ou perigosos, um problema marcante durante a crise COVID-19.

WHO / Booming – Carlos Cesar

WHO / Booming – Carlos Cesar

 
 
Do Terreno

Acompanhamento dos progressos nas recomendações da IAR relativa à COVID-19 na Serra Leoa

A COVID-19 é uma pandemia prolongada que provavelmente permanecerá connosco durante algum tempo, apesar das recentes conquistas em termos da vacinação. Por esta razão, os países terão de avaliar periodicamente a situação para determinar se devem ou não aumentar a resposta em caso de ressurgimento, ou diminuir a escala, caso a situação esteja sob controlo. Uma estratégia para ajudar nesta determinação é a realização de análises intra-acção (IAR).

Em Setembro de 2020, na Serra Leoa, a OMS apoiou a primeira IAR relativa à COVID-19. Foi o quinto país a nível mundial e o segundo em África a fazê-lo. O principal objectivo da IAR era gerar informação suficiente sobre questões essências que afectassem a resposta à COVID-19, que norteasse o Governo em estratégias para manter os ganhos e melhorar os resultados da resposta. Foram analisadas as seis principais estruturas de coordenação técnica temática: Coordenação Nacional, Vigilância, Laboratórios, Gestão dos Casos, Comunicação dos Riscos e Envolvimento Comunitário e Alimentação e Nutrição. Foram produzidas várias recomendações a partir de cada coluna, que foram priorizadas como imediatas, a médio ou a longo prazo.

Formou-se um Comité para dar seguimento à aplicação das recomendações da ARN. O Escritório de País da OMS na Serra Leoa, em comunicação com o Escritório Regional da OMS para a África, desempenhou um papel fundamental no apoio ao comité no acompanhamento desta implementação. Por conseguinte, em Março, a OMS apoiou o Governo a convocar uma avaliação dos progressos na execução pertinente a seis meses de vigilância, gestão laboratorial e de casos, com diferentes graus de progresso registados. Das oito recomendações de vigilância, 13% foram totalmente implementadas, 75% estavam em curso e 13% não tinham começado. Das 16 recomendações laboratoriais, 94% estavam em curso e 6% não tinham começado. Das 12 recomendações para a gestão de casos, 17% foram concluídas, 33% estavam em curso, enquanto 50% não tinham começado.

A OMS continua a apoiar o Governo da Serra Leoa no acompanhamento da implementação das recomendações da IAR, documentando as melhores práticas e utilizando as lições aprendidas para enfrentar futuros ressurgimentos da COVID-19

Dr Claudette Amuzu, Dr Ian Njeru and Saffea Gborie
Escritório de País da OMS na Serra Leoa

WHO / Sierra Leone – Country Office

WHO / Sierra Leone – Country Office

 
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