Progress report African region 21 - Preface by the Regional Director - PT
Directora Regional da
Organização Mundial da Saúde na Região Africana
Até à data, a Região Africana foi atingida por três vagas de COVID-19, cada uma mais grave que a última. Embora a terceira vaga pareça estar a estagnar, o risco de uma quarta vaga paira no ar em razão das festividades e viagens de fim de ano.
As equipas de país da OMS colaboraram de forma estreita com as autoridades nacionais e locais na resposta à COVID-19, recebendo um forte apoio regional e mundial. Reafectámos 1300 funcionários para a resposta à pandemia nos países africanos e mobilizámos 720 peritos. Esta iniciativa permitiu reforçar as capacidades de detecção, testagem e tratamento de casos, e isolar os casos e os seus contactos, bem como fornecer apoio estratégico e técnico de primeira linha para garantir a disponibilização de vacinas.
O maior obstáculo enfrentado pela África no contexto da pandemia continua a ser a desigualdade no acesso às vacinas. À data de 23 de Agosto, apenas 32 milhões de pessoas, cerca de 2% da população do continente, estavam totalmente vacinadas, face a uma média mundial de 25%, podendo ultrapassar os 50% em alguns países de elevado rendimento.
Continuam a ser necessárias mais de 700 milhões de doses para atingir a meta de 30% da população africana vacinada até ao final de 2021. O mecanismo COVAX planeia entregar mais 620 milhões de doses aos países africanos este ano. Esta operação, sustentada por acordos bilaterais e entregas do Fundo Africano para a Aquisição de Vacinas (AVAT, na sua sigla em inglês), faz com que ainda possamos alcançar esta meta.
Com o actual afluxo de vacinas, é fundamental que os países distribuam as vacinas o mais rápido possível. Só na última semana, foram administradas mais de 13 milhões de vacinas, o que representa um ritmo encorajador. Para que este progresso seja aproveitado, os países devem implementar planos cuidadosamente orçamentados que permitam fazer bom uso dos mecanismos de financiamento disponíveis, incluindo ter uma logística e recursos humanos adequados e uma acção contínua de comunicação para aumentar a confiança da população nas vacinas.
Quanto mais tempo esta pandemia persistir, mais desastrosas serão as consequências para as populações e as sociedades.
A COVID-19 está a ter um enorme impacto nos profissionais de saúde, que lutam contra este vírus há mais de 18 meses. Os sistemas de saúde que se debatiam com recursos limitados antes da pandemia, estão agora a ser empurrados para a beira do precipício.
De uma erupção vulcânica ao surto de Ébola na República Democrática do Congo, até à ocorrência de inundações e conflitos em Moçambique, e à agitação civil e outros surtos de doenças em alguns países, as autoridades e comunidades da Região estão a responder a uma série de emergências paralelas à COVID-19.
Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para tornar os nossos sistemas de saúde mais resistentes. O reforço dos sistemas de saúde primários é uma abordagem fundamental que deve ter por base o envolvimento das comunidades. Estes sistemas ajudam a detectar e conter rapidamente surtos de doenças e a assegurar a continuidade de serviços essenciais, como os cuidados pré-natais, o trabalho de parto seguro, a vacinação de rotina e a gestão de doenças crónicas.
Graças ao apoio da OMS, os países tomaram medidas rápidas durante a pandemia para alargar a gestão de casos e as capacidades de cuidados críticos, e para lidar com os estrangulamentos na cadeia de abastecimento.
A utilização de tecnologias digitais tem vindo a aumentar na Região Africana, favorecendo o acesso a materiais e serviços essenciais. Novas e mais fortes parcerias com o sector privado e a sociedade civil permitiram ampliar os nossos esforços para promover uma boa saúde e salvar vidas.
As lições e as boas práticas documentadas neste relatório devem ser alavancadas para a construção de sistemas de saúde mais eficientes.
A OMS continua empenhada em trabalhar com os Estados-Membros e parceiros para derrotar esta pandemia e continuar a realizar progressos noutras prioridades de saúde.
Dr.a Matshidiso Moeti
Directora Regional da
Organização Mundial da Saúde
na Região Africana