Progress report African region 21 - 2.1. The Response - PT

2.1 A Resposta
2.1. A Resposta

O plano estratégico de preparação e resposta (PEPR 2021) da OMS é projectado numa óptica de “cultura organizativa holística”. Norteada por uma estrutura de coordenação, contendo 11 pilares técnicos, uma rede de informação ligada à sua presença mundial, 47 escritórios de país em África e parcerias fortes, remete para a experiência do primeiro ano da resposta e à gestão mundial da pandemia da COVID-19 e de epidemias ou pandemias anteriores.

FIGURA 2: Plano estratégico da OMS-AFRO de preparação e resposta (PEPR) à COVID-19 para 2021
Figura 2
 
Do terreno

Abordar múltiplas crises em Moçambique
(uma narrativa na primeira pessoa)

A crise da COVID-19 atingiu Moçambique num momento em que ainda estávamos a recuperar de dois ciclones mortíferos que atingiram o país no início de 2019. Como parte do contingente de Preparação e Resposta a Emergências, fomos os primeiros no terreno e fiquei particularmente impressionado com a eficiência e o profissionalismo dos três níveis da Organização em prestar apoio oportuno ao país. Senti-me orgulhosa por fazer parte da Organização. Quando a pandemia da COVID-19 foi declarada, eu tinha uma noção do que significava uma situação de emergência, mas estava longe de imaginar o nível de tensão com que estávamos prestes a lidar, especialmente no Escritório de País da OMS. A recorrência de situações de emergência (cheias, surtos de cólera, seca e ciclones, entre muitas outras) muitas vezes direcciona nossa atenção para as urgências humanitárias em vez de a preparação. Isto poderia explicar em parte porque somos por vezes vistos como uma organização que normalmente reage em vez de prevenir ocorrências e preparar-se para dar uma resposta adequada.

Escritório da OMS em Moçambique

Escritório da OMS em Moçambique

Felizmente, esta percepção não durou e o papel da liderança da OMS foi determinante no apoio ao país e aos parceiros para definir os contornos da preparação e resposta à COVID-19. Apesar de muitos desafios no início, nossa capacidade de catalisar a acção colectiva de diferentes intervenientes emergiu mais forte, e ultrapassámos o obstáculo do primeiro ano da crise. Não obstante os nossos melhores esforços, uma combinação de factores, liderados pelo cansaço popular, que conduz à fraca adesão à saúde pública e às medidas sociais, levou-nos à beira de uma terceira vaga. A variante Delta também se enraizou fortemente na África Austral, tornando o vírus muito mais forte e a sua propagação mais fácil. No entanto, continuo confiante de que as lições retiradas das vagas anteriores, juntamente com uma determinação renovada por parte das autoridades do país, serão fundamentais para travar a transmissão do vírus, com incidência nas actividades adaptadas ao nível demográfico mais baixo.

Como disse um famoso primeiro-ministro, “nunca desperdicem uma boa crise”. Espero que a crise de COVID-19 nos impulsione na direcção certa e se encete um verdadeiro diálogo sobre a forma de melhorar o nosso sistema de saúde.

Sinésia Lucinda João Sitão
Chefe de Gestão de Riscos Infecciosos
OMS-Moçambique

 
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