Perguntas e respostas sobre as vacinas contra a doença por coronavírus (COVID-19) Escritório Regional da OMS para a África
21 Junho 2021 - Esta página será actualizada regularmente.
As vacinas contra a COVID-19 protegem contra as formas graves da doença e reduzem o risco de morte causado pelo vírus ao ajudar o corpo a desenvolver defesas imunitárias. Podem também ajudar a reduzir a propagação do vírus entre as pessoas; portanto, se uma pessoa optar por ser vacinada, poderá salvar muito mais vidas.
As vacinas contra a COVID-19 são uma ferramenta essencial para acabar com a pandemia e permitir às sociedades regressarem à normalidade. As campanhas de vacinação em massa deverão também ajudar a reduzir a pressão exercida nos profissionais de saúde e nos hospitais, permitindo-lhes tratar os pacientes que têm outros problemas de saúde.
A OMS recomenda-lhe que receba uma vacina contra a COVID-19 logo que esta lhe for disponibilizada.
São sim. Foram tomadas medidas de protecção rigorosas para garantir a segurança de todas as vacinas contra a COVID-19.
Antes de serem autorizadas pela OMS e pelas agências reguladoras nacionais, as vacinas contra a COVID-19 são submetidas a testes rigorosos no âmbito de ensaios clínicos para comprovar que cumprem as normas internacionais em termos de segurança e eficácia.
A utilização das vacinas Oxford-AstraZeneca, Pfizer-BionTech, Moderna, Johnson & Johnson, Sinopharm e Sinovac recebeu a aprovação da OMS. Estas vacinas foram submetidas a ensaios e testes, tendo ficado demonstrado que são seguras. No mundo, já foram administradas mais de dois mil milhões de doses da vacina contra a COVID-19 e milhões de pessoas foram vacinadas no continente africano.
Tal como acontece com quaisquer vacinas, a OMS e as autoridades reguladoras controlam permanentemente a sua utilização para confirmar que continuam a ser seguras para todas as pessoas a quem são administradas.
Pode consultar mais informações sobre a segurança das vacinas contra a COVID-19 aqui.
Tal como para qualquer vacina, as vacinas contra a COVID-19 podem provocar efeitos secundários, embora muitas pessoas não tenham reacções.
A grande maioria dos efeitos secundários são ligeiros e de curta duração. Podem incluir dor na zona da inoculação, cansaço, febre, calafrios, náuseas ou dores de cabeça.
As ocorrências graves após a vacinação são extremamente raras. Se os efeitos secundários piorarem ou não desaparecerem após alguns dias, contacte o seu prestador de cuidados de saúde.
Está comprovado que as vacinas contra a COVID-19 reduzem significativamente o risco de se desenvolver uma forma aguda da doença e de o vírus levar à morte.
São sim. Os dados obtidos através de ensaios clínicos e os dados recolhidos em situações da vida real mostram que as vacinas contra a COVID-19, cuja utilização tenha sido autorizada, são altamente eficazes, assegurando uma protecção contra formas agudas da COVID-19 e precavendo a morte causada pelo vírus.
Garantir a segurança e a qualidade de todas as vacinas é uma das maiores prioridades da OMS. A Organização Mundial da Saúde trabalha em estreita colaboração com as autoridades nacionais para garantir o desenvolvimento e a implementação de normas e padrões mundiais para avaliar a qualidade, a segurança e a eficácia das vacinas.
Volumes crescentes de dados sugerem que a maioria das vacinas confere um grau de protecção contra todas as variantes, especialmente protegendo contra formas agudas da doença e a morte. No entanto, os primeiros dados de muitos países indicam que a protecção contra as variantes Beta e Delta pode ser mais baixa do que contra a estirpe original do vírus, em particular após a toma da primeira dose numa vacina de dose dupla, porém uma resposta definitiva carece de mais investigação.
A OMS recomenda que as pessoas que correm um maior risco de desenvolver uma forma grave da doença, de falecer ou de contrair a COVID-19 sejam vacinadas primeiro.
Trata-se nomeadamente dos profissionais de saúde na linha da frente (especialmente os que prestam cuidados aos doentes com COVID-19), dos idosos e das pessoas que já têm outras doenças ou problemas de saúde como a hipertensão, a diabetes, uma doença cardiovascular, o VIH ou um cancro.
As vacinas contra a COVID-19 salvam vidas. Quando for chamado, seja vacinado.
O corpo desenvolve uma imunidade geralmente algumas semanas após a vacinação, pelo que é possível que possa ser infectado imediatamente antes ou logo após a vacinação, e depois adoecer, porque a vacina não teve tempo suficiente para reforçar as suas defesas imunitárias.
Todos devem continuar a cumprir as medidas de segurança cuja eficácia já foi comprovada, como a limpeza/lavagem regular das mãos, a utilização de máscaras e a prática do distanciamento social, a fim de reduzir a transmissão do vírus.
Precisa sim. Se for um jovem adulto, o seu risco não é dos mais altos mas não deixa de existir um risco de doença grave ou de morte.
Algumas vacinas ainda não são recomendadas para pessoas com idade inferior a 18 anos, uma vez que ainda não foram testadas nessa faixa etária. Uma vez aprovadas e recomendadas as vacinas para uso nessa faixa etária, deverá seguir as recomendações nacionais respectivas.
As vacinas contra a COVID-19 são eficazes na prevenção de formas graves da doença e da morte. No entanto, como estas vacinas só foram desenvolvidas nos últimos meses é ainda demasiado cedo para saber a duração exacta da protecção que conferem.
A investigação em curso está a tentar responder a essa pergunta. Contudo, os dados disponíveis sugerem que a maioria das pessoas que recupera da COVID-19 desenvolve defesas imunitárias que protegem contra uma reinfecção durante algum tempo, o que constitui por si um facto encorajador. No entanto, ainda estamos a tentar descobrir qual o grau e duração desta protecção.
Verifique junto das autoridades de saúde do seu país ou consulte um médico para saber:
- se a vacina já está disponível para si;
- quando vai chegar a sua vez de a receber;
- onde e como receber a vacina contra a COVID-19; e
- se se deve registar para a receber.
Não é aconselhável tomar medicamentos de venda livre, como ibuprofeno, anti-histamínicos, etc., mesmo antes de ser vacinado.
No dia da sua vacinação, certifique-se de que dispõe de tempo suficiente para completar todas as etapas necessárias, incluindo o período de tempo (pelo menos 20 minutos) durante o qual ser monitorizado no local após ter sido vacinado.
As mulheres grávidas devem ser vacinadas quando os benefícios superam os riscos.
Não dispomos de dados suficientes sobre a segurança das vacinas no que diz respeito a mulheres grávidas. Contudo, dados dos Estados Unidos, onde foram vacinadas cerca de 90 mil mulheres grávidas com vacinas à base de ARN-mensageiro (ARN-m) como as vacinas Pfizer-BionTech e Moderna não suscitaram quaisquer preocupações de segurança.
Os países têm diferentes orientações com base nas suas próprias situações. Nos países onde as mulheres grávidas podem optar por tomar a vacina, os profissionais de saúde devem ajudá-las a perceber os riscos e as vantagens de modo a poderem tomar uma decisão informada.
Em caso de dúvida, consulte o seu médico.
Não existem elementos factuais que permitam estabelecer que as vacinas contra a COVID-19 afectam o ciclo menstrual, porém isso ainda não foi estudado em pormenor.
Algumas mulheres alegaram que depois de lhes ser administrada a vacina passaram a ter menstruações mais carregadas, mais leves ou de duração alterada. Ainda não sabemos se a vacina está a provocar estas alterações, mas há várias razões para que o ciclo menstrual possa mudar, incluindo mudanças no regime alimentar, no peso ou nas rotinas de exercícios.
As vacinas contra a COVID-19 não irão afectar a sua capacidade de engravidar, mesmo que ocorram algumas alterações temporárias do seu ciclo menstrual. Se estiver a fazer um tratamento de fertilidade, informe exactamente os profissionais de saúde acerca do tratamento que segue antes de receber a vacina contra a COVID-19.
Se surgirem alterações no seu ciclo menstrual, devem ser temporárias e inócuas. No entanto, caso esteja preocupada, entre em contacto com um profissional de saúde.
Para vacinas que necessitam duas doses, o intervalo entre as doses depende da vacina que lhe for administrada, bem como das orientações oficiais no seu país.
Para as vacinas Oxford-AstraZeneca, intervalos mais longos entre as doses, de oito a doze semanas, conferem maior protecção. Para as vacinas Pfizer-BionTech, Moderna e Sinopharm, o ideal é receber a segunda dose três a quatro semanas após a primeira dose.
Até uma dose única de uma vacina de dose dupla já proporciona alguma protecção contra o vírus.
Os ensaios clínicos estão a analisar a possibilidade de administrar na primeira dose uma vacina X e na segunda dose uma vacina diferente.
Não existem ainda dados suficientes para recomendar esse tipo de combinação.
Depois da vacinação, o seu organismo precisa de tempo para produzir defesas imunitárias. As vacinas contra a COVID-19 que requerem duas inoculações podem não proteger completamente até cerca de duas semanas após a administração da segunda dose. Nas vacinas contra a COVID-19 de uma só dose o organismo demora cerca de duas semanas a criar imunidade.
Se sentir efeitos secundários derivados da vacina, aplique no sítio onde foi feita a inoculação um pano limpo, fresco e húmido para reduzir a sensação de dor e desconforto. Também pode usar o braço ou fazer movimentos para o exercitar. Para reduzir qualquer desconforto causado por febre, beba muitos líquidos e vista roupa leve.
Para as vacinas contra a COVID-19 que requerem duas inoculações, os efeitos secundários da segunda toma podem ser maiores do que após a primeira. Isso indica que o seu organismo está a desenvolver defesas imunitárias e as reacções devem dissipar-se em poucos dias. Se os efeitos secundários piorarem ou não desaparecerem após alguns dias, contacte o seu prestador de cuidados de saúde. As ocorrências graves após a vacinação são extremamente raras.
Não existem elementos factuais que mostrem que ingerir um ou dois copos prejudique a eficácia de qualquer uma das actuais vacinas contra a COVID-19, portanto desde que beba álcool com moderação isso não deve causar problemas. No entanto, o consumo excessivo de álcool, particularmente a longo prazo, pode inibir o sistema imunitário.
Se tiver febre após lhe ser administrada a vacina ou se sentir alguma dor no sítio da injecção, pode tomar analgésicos de uso corrente, como sejam Paracetamol ou Tylenol.
Durante os primeiros catorze dias após a vacinação, não terá um grau significativo de protecção, mas depois vai aumentando progressivamente. Para uma vacina de dose única, regra geral a imunidade ocorrerá duas semanas após a vacinação. Para as vacinas de duas doses, ambas são necessárias para atingir o grau mais elevado possível de imunidade. A vacinação confere-lhe protecção evitando que adoeça gravemente e morra de COVID-19, não obstante nenhuma vacina é eficaz a 100%.
Ainda estamos a aprender para determinar até que ponto as vacinas o impedirão de ser infectado e de transmitir o vírus a terceiros. Os dados factuais actuais mostram que as vacinas conferem alguma protecção contra a infecção e a transmissão, ainda assim é menor do que contra formas agudas da doença e a morte. De igual modo, ainda estamos a aprender no que diz respeito à protecção contra variantes que são alvo de preocupação. Por esses motivos, e enquanto muitas pessoas na comunidade não tenham ainda sido vacinadas, convém manter as outras medidas de prevenção; isso é tanto mais importante nas comunidades onde a circulação de SARS CoV-2 é acentuada.
Para ajudar a mantê-lo em segurança, a si e aos outros, e enquanto os esforços envidados continuam a reduzir a transmissão e a aumentar a vacinação, não deverá deixar de manter um distanciamento físico de pelo menos 1 metro em relação a outras pessoas, de tossir ou espirrar para o cotovelo, de higienizar frequentemente as mãos e de usar uma máscara, especialmente em espaços fechados, lotados ou mal ventilados.
Siga sempre as orientações das autoridades locais que se baseiam na situação do contexto em que vive e na respectiva avaliação de risco.
São sim. Claro está, isso dependerá das vacinas que o seu país venha a receber, mas à medida que mais vacinas forem aprovadas irão multiplicar-se as opções de vacinas seguras e eficazes contra a COVID-19.
O mecanismo COVAX – uma iniciativa mundial destinada a garantir o acesso equitativo às vacinas contra a COVID-19 para chegar até a 20% das populações dos países africanos – garante apenas a distribuição de vacinas que tenham sido incluídas na Lista de Uso de Emergência da OMS (EUL).
A EUL é o método de referência da OMS para confirmar a qualidade, a segurança e a eficácia das vacinas utilizadas numa emergência de saúde pública. Também permite aos países acelerar a aprovação das vacinas pelas suas autoridades reguladoras e importá-las.
A utilização das vacinas Oxford-AstraZeneca, Pfizer-BionTech, Moderna, Johnson & Johnson, Sinopharm e Sinovac recebeu a aprovação da OMS. Outras vacinas também estão a ser analisadas.
À medida que mais vacinas forem aprovadas, os países terão uma maior escolha de vacinas seguras e eficazes contra a COVID-19.
Cientistas do mundo inteiro estão a desenvolver diversas vacinas potenciais contra a COVID-19. Essas vacinas são todas concebidas para ensinar o sistema imunitário do organismo a reconhecer e a bloquear, com segurança, o vírus que provoca a COVID-19.
Estão em curso de desenvolvimento vários tipos distintos de vacinas potenciais contra a COVID-19, incluindo:
- Vacinas com vírus inactivado ou enfraquecido, que utilizam uma partícula do vírus que foi inactivada ou enfraquecida para não provocar a doença, mas ainda assim ser capaz de gerar uma resposta imunitária.
- Vacinas baseadas em proteínas, que utilizam fragmentos inócuos de proteínas ou invólucros de proteínas, que replicam o vírus da COVID-19 para gerar uma resposta imunológica segura.
- Vacinas de vector viral, que utilizam um vírus seguro que não pode provocar a doença, mas serve de plataforma para produzir proteínas do coronavírus de modo a gerar uma resposta imunitária.
- Vacinas de ARN e ADN são uma técnica de ponta que utiliza ARN ou ADN geneticamente modificado para gerar uma proteína que desencadeia, ela própria, uma resposta imunitária segura.
Se pretender informação adicional sobre todas as vacinas contra a COVID-19 em desenvolvimento, pode consultar esta publicação da OMS, que é actualizada regularmente.
Todas as vacinas que conseguiram entrar na Lista de Uso de Emergência (EUL) da OMS são altamente eficazes na prevenção da doença grave e da morte devido à COVID-19.
Não é possível comparar as estimativas de eficácia de diferentes vacinas, por se tratar de abordagens diferentes que foram adoptadas na concepção dos respectivos estudos, nem em relação às variantes prevalecentes do vírus que circulavam à data do estudo.
Tome qualquer vacina aprovada pela OMS que lhe seja disponibilizada. É importante ser vacinado o mais rapidamente possível.
A data de validade das vacinas baseia-se no período durante o qual mantêm comprovadamente a sua potência, pelo que as vacinas que ultrapassaram o prazo de validade poderão não protegê-lo contra o vírus. As datas de validade não são determinadas com base em considerações de segurança.
Não se devem usar vacinas fora de prazo.
Não se devem usar vacinas fora de prazo. Devem ser eliminadas de acordo com as directrizes nacionais.
Sim. O Senegal, a África do Sul, o Egipto, a Tunísia e Marrocos são os únicos países com alguma capacidade de fabrico de vacinas.
Para que mais países africanos possam desenvolver estas capacidades, é necessária uma maior cooperação internacional e uma maior partilha de conhecimentos.
Se houver flexibilidade em torno da transferência de tecnologias e uma renúncia aos direitos de propriedade intelectual durante a pandemia, os investimentos nos países africanos poderiam começar por se concentrarem no enchimento e acondicionamento das vacinas contra a COVID-19. Os investimentos adicionais realizados depois desta fase poderiam permitir reforçar as capacidades mais complexas em matéria de fabrico, bem como de investigação e desenvolvimento.
Poderá encontrar aqui mais informações sobre a capacidade de fabrico de vacinas em África.
O desenvolvimento de vacinas e a realização de ensaios clínicos são uma prioridade fundamental da investigação sobre a COVID-19 em África. Neste momento, estão a decorrer ensaios clínicos voluntários das vacinas contra a COVID-19 no Quénia e na África do Sul. O facto de testar as vacinas em África permite gerar dados sobre a segurança e eficácia de vacinas promissoras para a população africana.
Estas não são as primeiras vacinas a serem testadas em África. Por exemplo, a vacina conjugada contra a meningite A e a vacina contra a doença por vírus Ébola foram testadas no continente antes da sua implementação.
Todos os ensaios clínicos para as vacinas contra a COVID-19 são realizados de forma voluntária. Centenas de milhar de pessoas participaram em ensaios clínicos no mundo inteiro, o que permitiu obter dados cruciais para garantir que as vacinas contra a COVID-19 são eficazes.
Os ensaios clínicos das vacinas contra a COVID-19 não foram apressados.
Dada a necessidade urgente de dispor de vacinas contra a COVID-19, a forma como as vacinas são desenvolvidas alterou-se graças a um investimento e a uma colaboração científica sem precedentes. Algumas etapas do processo de investigação e de desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19 tiveram lugar em paralelo, sem deixar de respeitar as rigorosas normas clínicas e de segurança em vigor. Por exemplo, alguns ensaios clínicos estão a avaliar várias vacinas ao mesmo tempo, mas isto não torna os estudos menos rigorosos do que o normal.
Pode obter mais informações junto do seu Ministério da Saúde, de outras autoridades de saúde oficiais do seu país ou do seu médico.