Mais de 33 milhões de crianças vacinadas contra o poliovírus selvagem na África Austral
Brazzaville – Desde que o Maláui confirmou o seu primeiro caso de poliovírus selvagem do tipo 1 em 30 anos há um ano, mais de 33 milhões de crianças foram vacinadas contra o vírus com mais de 80 milhões de vacinas administradas em cinco países da África Austral.
Até à data, foram notificados um total de 9 casos de poliovírus selvagem, com 1 no Maláui e 8 em Moçambique desde a declaração de um surto a 17 de Fevereiro de 2022 no Maláui. O último caso confirmado até à data foi registado em Agosto de 2022, em Moçambique. O poliovírus selvagem no Malauí e em Moçambique é originário do Paquistão, um dos dois últimos países endêmicos.
A resposta concertada de emergência lançada na sequência do surto em 2022 ajudou a aumentar a protecção das crianças graças às vacinas administradas no Malawi, Moçambique, Zâmbia, Tanzânia e Zimbabwe. Outros países também aumentaram a vigilância das doenças e reforçaram a mobilização das comunidades para ajudar a encontrar casos e travar o vírus.
“Os países da África Austral envidaram enormes esforços para reforçar a detecção da poliomielite, travar eficazmente o vírus e garantir que as crianças vivem sem o risco de paralisia irreversível,” disse a Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Estamos a apoiar as acções de controlo da poliomielite para que cada criança receba a protecção de que precisa.”
Até à data, foram concluídas 19 rondas de vacinação nas áreas de maior risco e pelo menos mais 5 estão planejadas para 2023 nos cinco países.
Além destas rondas, foram criados mais de 10 novos locais de vigilância ambiental ao longo do ano passado nos países afectados com o apoio da OMS. Os locais totalmente operacionais são fundamentais nos esforços para detectar o poliovírus que circula «silenciosamente» nas águas residuais.
"As equipas de resposta têm trabalhado intensamente na luta contra a pólio não apenas no Malauí, mas no resto dos países vizinhos de forma coordenada. Não descansaremos até alcançarmos e vacinarmos todas as crianças para impedir a transmissão da pólio", disse o Dr. Emeka Agbo, coordenador nacional em exercício da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio no Malauí.
É crucial poder chegar a todos os agregados familiares onde vivem crianças elegíveis para as proteger contra o risco de paralisia. Com o apoio da Iniciativa Mundial de Erradicação da Poliomielite, as autoridades sanitárias nacionais estão a envidar esforços para mapear as comunidades transfronteiriças, as rotas migratórias, as passagens fronteiriças e as rotas de trânsito.
“Os agentes comunitários de saúde têm sido cruciais nas campanhas de vacinação e vão continuar a ir de porta em porta, levando as vacinas contra a poliomielite a crianças que, de outra forma, poderiam não ser vacinadas,” disse o Dr. Jamal Ahmed, gestor do Programa de Erradicação da Poliomielite da OMS para a África.
A poliomielite é altamente infecciosa e afeta crianças não imunizadas ou crianças subimunizadas. No Malauí e em Moçambique, paralisou crianças com menos de 15 anos de idade. Não há cura para a poliomielite e a única forma de prevenir esta doença é pela vacinação. Em todo o mundo, as crianças permanecem em risco de contraírem o poliovírus selvagem do tipo 1 enquanto o vírus não for erradicado nas últimas áreas em que ainda circula.
Apesar da circulação do poliovírus selvagem tipo 1 e das variantes do poliovírus, foram feitos incríveis progressos. Desde 1988, quando a Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite foi criada, os casos de pólio caíram 99% de um total anual estimado em 350.000.
A importação de quaisquer casos deve ser tratada como uma preocupação séria e, para evitar uma maior propagação, é fundamental envidar esforços de resposta de alta qualidade para que a vacina contra a poliomielite chegue a todas as crianças.
A 25 de Janeiro de 2023, o Comité de Emergência da OMS, ao abrigo do Regulamento Sanitário Internacional, observou que o risco de propagação internacional do poliovírus continua a ser uma emergência de saúde pública de dimensão internacional.
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