A OMS e os parceiros lançam uma nova resposta liderada pelos países para redinamizar os esforços de luta contra a Malária/ paludismo
9 de Novembro de 2018 - MAPUTO/GENEBRA: A redução dos casos de Malária/paludismo têm tem estado estagnada após vários anos de decréscimo a nível mundial, de acordo com o novo Relatório sobre a Malária/ Paludismo no Mundo de 2018. Para reduzir os casos de doença e de morte por Malária/ paludismo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os seus parceiros juntam-se à uma nova resposta conduzida pelos países mais afectados e que é lançada hoje, para reforçar a prevenção e o tratamento, assim como para advogar a favor de um maior investimento, com a finalidade de proteger as pessoas mais vulneráveis contra esta doença mortal.
Pelo segundo ano consecutivo, o relatório anual elaborado pela OMS revela uma estabilização do número de pessoas afectadas pela Malária/ paludismo: em 2017, foram estimados 219 milhões de casos de Malária / paludismo, em comparação com 217 milhões no ano anterior. Mas nos anos precedentes, o número de pessoas que contraíram Malária /paludismo em todo o mundo tinha estado a decrescer continuamente, tendo passado de 239 milhões, em 2010, para 214 milhões, em 2015.
“Ninguém deve morrer devido a Malaria/paludismo. Mas o mundo enfrenta uma nova realidade: quando os progressos estagnam, corremos o risco de desperdiçar anos de esforço, investimento e conquistas na redução do número de pessoas que sofrem da doença,” afirma o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-Geral da OMS. “Admitimos que temos de fazer algo diferente– Agora. Épor isso que estamos hoje a lançar um plano focado???/ centrado nos países e por eles conduzido, para tomar medidas abrangentes contra a Malária/paludismo, tornando o nosso trabalho mais eficaz onde ele é mais preciso– a nível local.”
Regiões mais afectadas pela Malária/paludismo
Em 2017, aproximadamente 70% de todos os casos de Malária/paludismo (151 milhões) e de mortes (274 000) concentravam-se em 11 países: 10 em África (Burquina Faso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria, Uganda e República Unida da Tanzânia) e na Índia. , Em 2017, houvemais 3,5 de milhões casos de Malária/ paludismo notificados nestes 10 países africanos do que no ano anterior, enquanto, por outro lado, a Índia, apresentava progressos na redução do seu fardo da doença.
Nos últimos anos, apesar de um ligeiro aumento, , da distribuição e utilização de Redes Mosqueiteiras tratadas com insecticidas de longa duração na África Subsariana – o principal instrumento para evitar a Malária/ paludismo – o relatório indica grandes falhas na cobertura. Em 2017, estima-se que metade das pessoas em risco em África não dormiam dentro de uma rede mosquiteira tratado. Por outro lado, havia menos casas protegidas pela pulverização Intra- Domiciliaria e o acesso a tratamento preventivo que protege as mulheres grávidas e as crianças contra a Malaria paludismo continuava a ser baixo.
É necessária uma resposta de elevado impacto
Em linha com a visão estratégica da OMS para intensificar as actividades de protecção da saúde das pessoas, o novo plano de resposta conduzido pelos países e intitulado “Elevado fardo para uma resposta de elevado impacto” foi lançado para apoiar os países com maior numero de casos e mortes de Malaria/ paludismo. A resposta segue-se a um apelo feito pelo Dr. Tedros, na Assembleia Mundial da Saúde, em Maio de 2018, a favor de uma nova abordagem mais agressiva para impulsionar os progressos no combate ao paludismo. Essa abordagem assenta em quatro pilares:
- Galvanizar a vontade política a nível nacional e mundial, para reduzir o número de mortes por paludismo;
- Usar informação estratégica para maior impacto;
- Implementar as melhores orientações, políticas e estratégias mundiais, adequadas a todos os países com paludismo endémico; e
- Implementar uma resposta coordenada pelos países.
Apoiada pela OMS e pela parceria “Fazer Recuar a Malaria / Paludismo”, a iniciativa “Elevado fardo para uma resposta com impacto elevado ” assenta no princípio de que ninguém deve morrer por uma doença que pode ser facilmente evitada e diagnosticada e que é totalmente curável com os tratamentos disponíveis.
“Não se pode ficar parado em relação à Malaria/ paludismo. O último Relatório sobre a Malaria/ Paludismo no Mundo revela que não é inevitável fazer mais progressos e que perpetuar a situação deixa de ser uma opção”, afirmou o Dr. Kesete Admasu, Presidente do Conselho de Administracao da parceria “Fazer Recuar a Malaria/ Paludismo”. “A nova resposta conduzida pelos países impulsionará novos esforços mais agressivos de luta contra a Malaria/ paludismo nos países mais afectados e será crucial para retomar a dinâmica de um dos mais prementes desafios de saúde que estamos a enfrentar”.
As metas estabelecidas pela Estratégia Técnica Mundial da OMS para a Malaria/ Paludismo de 2016–2030, destinadas a reduzir a incidência dos casos da Malária/ paludismo e as taxas de mortalidade em, pelo menos, 40% até 2020, não serão alcançadas pela dinâmica actual.
Bolsas de progressos
O relatório aponta alguns progressos positivos. O número de países que se aproximam da eliminação continua a crescer (46 em 2017, em comparação com 37 em 2010). Entretanto, na China e em El Salvador, onde a Malaria/ paludismo foi endémica durante muito tempo, não foi notificada qualquer transmissão local de Malaria/paludismo em 2017, a prova de que os esforços de controlo intensivos e conduzidos pelos países podem ser bem sucedidos na redução dos riscos que as pessoas enfrentam relativamente à doença.
Em 2018, a OMS certificou o Paraguai como país livre de Malária/ paludismo, o primeiro país das Américas a receber este estatuto em 45 anos. Outros três países – Argélia, Argentina e Uzbequistão – solicitaram à OMS a sua certificação oficial como países livres de Malaria/paludismo.
A Índia – um país que representa 4% o fardo mundial da Malária/ paludismo – registou uma redução de 24% de casos em 2017, em comparação com 2016. Também no Ruanda, foram registados menos 436 000 casos em 2017, em comparação com 2016. A Etiópia e o Paquistão notificaram ambos acentuados decréscimos, superiores a 240 000 casos no mesmo período.
“Quando os países atribuem prioridade às acções contra o paludismo, observamos resultados no número de vidas salvas e na redução dos casos,” afirma a Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África. “A OMS e os seus parceiros da luta contra a Malaria/ paludismo continuarão a esforçar-se por ajudar os governos, especialmente os dos países mais afectados, a reforçar a resposta ao paludismo”.
O financiamento interno/ doméstico é fundamental
Enquanto a redução dos casos e as mortes por Malária/ paludismo abrandavam, o financiamento da resposta mundial também revelou uma estabilização, com US$ 3,1 mil milhões disponibilizados para os programas de controlo e eliminação em 2017, incluindo US$ 900 milhões (28%) dos governos dos países com Malaria/paludismo endémico. Os Estados Unidos da América continuam a ser o maior dador internacional, contribuindo com US$ 1,2 mil milhões (39%) em 2017.
Para atingir as metas de 2030 da estratégia mundial da Malária/ paludismo, os investimentos para a doença deverão atingir, pelo menos, US$6,6 mil milhões por ano, até 2020 – mais do que o dobro do montante actualmente disponível.
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