Os ministros da saúde africanos comprometem-se a pôr fim aos surtos de cólera até ao ano 2030
28 de Agosto de 2018, Dakar (Senegal) – Os ministros da saúde africanos comprometeram-se a implementar estratégias que serão decisivas para pôr fim aos surtos de cólera na Região Africana até ao ano 2030.
No dia 28 de Agosto de 2018, os 47 Estados-Membros da Região Africana, reunidos por ocasião da sexagésima oitava sessão do Comité Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, que decorre presentemente em Dacar, no Senegal, adoptaram o Quadro Regional para a Implementação da Estratégia Mundial de Luta contra a Cólera.
Para a Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África, a cólera « é um símbolo de iniquidade ». « A cólera é uma doença antiga que foi eliminada em várias regiões do mundo. As mortes imputáveis à cólera podem ser evitadas. Possuímos os conhecimentos necessários e, hoje, os países manifestaram a sua vontade de utilizar todos os meios necessários para pôr fim às epidemias de cólera até ao ano 2030. »
Ainda que a cólera constitua um grave problema de saúde pública em todo o mundo, é na África Subsariana que o seu fardo e respectivo impacto se fazem sentir com maior acuidade. Em 2017, foram notificados mais de 150 000 casos da doença por transmissão hídrica em 17 países africanos, causando mais de 3000 óbitos. O ano em curso foi marcado por um pico de epidemia de cólera em África, estando presentemente oito países a braços com surtos desta doença.
A Região é vulnerável à cólera por várias razões. Em África, 92 milhões de pessoas abastecem-se em fontes de água não potável. Muitas vezes, os habitantes das zonas rurais não têm acesso a água corrente e praticam defecação a céu aberto. As crises humanitárias, as alterações climáticas, a urbanização desenfreada e o crescimento demográfico constituem igualmente um risco acrescido de propagação da doença.
Pela adopção do Quadro regional, os países comprometeram-se a reduzir em 90 % a amplitude dos surtos de cólera, especialmente entre as populações mais vulneráveis e no decurso de crises humanitárias. Os países acordaram em tomar medidas fundamentadas em evidências, nomeadamente a melhoria da vigilância epidemiológica e laboratorial, a cartografia dos pontos críticos da cólera, a melhoria do acesso ao tratamento em tempo oportuno, o reforço da vigilância transfronteiriça, a promoção do envolvimento comunitário e a utilização da vacina oral contra a cólera, assim como o incremento dos investimentos no domínio da água potável e do saneamento, a favor das comunidades mais vulneráveis.
A Dr.ª Moeti declarou que a OMS trabalha em concertação com os países, fornecendo-lhes conhecimentos técnicos e linhas de orientação essenciais. A Directora Regional acrescentou que a vacina oral contra a cólera se tem revelado extremamente eficaz e que a OMS contribuiu para a vacinação de milhões de pessoas no continente africano. A Dr.ª Moeti concluiu afirmando que devemos continuar a alargar o recurso a esta nova estratégia.
De 2013 a 2017, a OMS apoiou 65 campanhas de vacinação contra a cólera e forneceu mais de 16 milhões de doses da vacina a 18 países de todo o mundo, dos quais 11 se situam em África. A maior parte das campanhas organizadas em África decorreram no contexto de crises humanitárias ou catástrofes naturais.
Há um grande número de factores de risco de cólera, incluindo a insuficiência do saneamento e a rápida urbanização, que se situam fora do sector da saúde. Por essa razão, a Organização Mundial da Saúde colabora com vários parceiros, com o objectivo de implicar todos os sectores relevantes na organização de uma resposta global e sustentável em toda a Região.
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