Relatório da Directora Regional 21 - Desafios

Report of the Regional Director 2021 - Challenges

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Desafios

As realizações em matéria de saúde concretizadas com o apoio da OMS no último ano devem ser entendidas no contexto dos enormes desafios que a Organização e os países africanos enfrentam.

Financiamento sustentável

No decurso da pandemia de COVID-19, tem crescido o sentimento e o reconhecimento de que os recursos do Secretariado não são proporcionais às funções, em constante expansão, que se espera que a OMS desempenhe. Isto é claramente evidente na Região Africana, que responde por um fardo desproporcionado dos desafios no sector da saúde a nível mundial. Os Estados-Membros da Região Africana têm defendido com êxito, a nível mundial, que a equidade seja uma consideração central nas dotações orçamentais da OMS, para que os fundos futuros sejam cada vez mais atribuídos aos três níveis da OMS, onde as necessidades são maiores. Grupos de revisão ao nível mundial, como o Painel Independente para a Preparação e Resposta às Pandemias, e comissões de supervisão da OMS têm defendido um financiamento mais sustentável da Organização, que deve agora ser traduzido em acções.

Ao nível regional, concluímos durante um período de dois anos uma análise detalhada e participativa dos perfis e estruturas do pessoal necessários para servir cada país. Isto incluiu a incorporação das perspectivas de cerca de 300 parceiros na Região, que partilharam connosco os seus pontos de vista sobre a forma como a OMS deve funcionar. No entanto, devido ao número limitado de recursos disponíveis para implementar plenamente as recomendações deste processo de avaliação funcional, somos obrigados a prosseguir a formação de equipas de afectação multinacionais para reunir e partilhar conhecimentos entre os países.
Grupos de revisão ao nível mundial, como o Painel Independente para a Preparação e Resposta às Pandemias, e comissões de supervisão da OMS têm defendido um financiamento mais sustentável da Organização, que deve agora ser traduzido em acções.
Em última análise, esperamos que os benefícios de um apoio mais específico e adaptado aos países sejam demonstrados através desta abordagem transitória, conduzindo a mais financiamento para afectar competências técnicas específicas, especialmente nos países que enfrentam desafios complexos.
Sustainable financing

Priorização

Outro desafio é a capacidade de os países definirem prioridades face a múltiplas exigências concorrentes e urgentes, e à estagnação dos progressos em áreas como a vacinação e o paludismo, que exigem um repensar e um reavivar das acções.

Tal como foi enunciado na Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda, em 2005, há 16 anos, os governos devem assumir o comando na definição e promoção das prioridades. Isto exige uma forte apropriação por parte dos países, o alinhamento do apoio dos doadores com os sistemas locais, uma coordenação harmonizada entre os parceiros, uma gestão em prol dos resultados e a responsabilização mútua entre os parceiros e os governos. O cumprimento destes princípios continua a ser um trabalho em andamento. Além disso, como muitas vezes se assistiu no sector da saúde pública, as comunidades devem poder expressar a sua opinião e participar activamente na definição das soluções destinadas a satisfazer as suas necessidades.

Implementação baseada em dados factuais

Em todas as áreas programáticas, existe a necessidade de se dispor de melhores dados para monitorizar tendências, gerar dados factuais, realizar investigação de qualidade e garantir que as intervenções são orientadas por dados factuais. As soluções digitais desempenham um papel crucial na consecução destes objectivos. Assim, a OMS está a trabalhar com os governos e parceiros para aproveitar o potencial oferecido por estas novas tecnologias, num ambiente extremamente rápido e dinâmico.

Em todas as áreas programáticas, existe a necessidade de se dispor de melhores dados para monitorizar tendências, gerar dados factuais, realizar investigação de qualidade e garantir que as intervenções são orientadas por dados factuais.

Em todas as áreas da saúde, a experiência da OMS permite aconselhar e orientar a implementação de estratégias mais apropriadas e abrangentes, garantindo um apoio de qualidade para combater as doenças prioritárias, reforçar os sistemas de saúde e melhorar o bem-estar. Na medida em que o apoio prestado pela Organização se baseia na ciência, é possível tirar o máximo partido dos poucos recursos disponíveis. No entanto, continua a ser difícil encontrar os recursos necessários para garantir que a orientação técnica possa acompanhar a implementação, o que resulta em oportunidades perdidas e a uma concretização menos eficiente das intervenções.
Os governos e os parceiros, incluindo a OMS, devem unir esforços para melhorar as acções conjuntas robustas nos distritos e nas províncias para garantir que as normas e os padrões mundiais são traduzidos em medidas práticas relevantes para melhorar a saúde.