Mensagem da Dr.a Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África
Todos os anos, no dia 31 de Maio, celebramos o Dia Mundial sem Tabaco, um evento que destaca os perigos do tabagismo e da exposição ao fumo do tabaco e que promove a adopção de políticas eficazes para salvar vidas.
Sendo o tema retido para este ano “Proteger os jovens das manipulações da indústria”, lançamos uma campanha mundial para combater as tácticas agressivas de comercialização levadas a cabo pela indústria do tabaco para atrair uma nova geração de consumidores. Vamos precisar da ajuda de todos para fazer frente às campanhas de marketing de oito mil milhões de dólares produzidas todos os anos pela indústria para vender produtos prejudiciais para a saúde.
Sabemos que o tabaco mata metade dos seus utilizadores e que os fumadores apresentam um maior risco de contrair uma doença grave e de falecer se forem infectados pela COVID-19.
Todas as formas de tabagismo são nefastas e não existe nenhum nível de exposição seguro ao tabagismo passivo. O uso de cigarros electrónicos aumenta o risco de doenças cardíacas e pulmonares. Além disso, a nicotina presente nesses produtos pode comprometer o desenvolvimento cerebral das crianças. Fumar Shisha é tão nocivo como as outras formas de tabagismo e o tabaco de mascar pode provocar o cancro da boca, a perda dos dentes e a doença das gengivas.
Na Região Africana, os produtos do tabaco são consumidos por 94 milhões de homens e 13 milhões de mulheres, bem como por um em cada cinco adolescentes. O tabagismo está a aumentar nas raparigas com idade compreendida entre os 13 e 15 anos e o uso de outros produtos do tabaco, que não os cigarros, está a ganhar terreno na Região. Todos os anos, 146 000 africanos morrem de doenças relacionadas com o tabagismo. O tratamento de doenças relacionadas com o tabagismo representa 3,5% do total anual das despesas de saúde na Região.
Para combater a morbidade e a mortalidade imputáveis ao tabagismo, 26 países africanos proibiram fumar em espaços públicos e 10 desses países implementaram proibições totais. Trinta e quatro países proibiram a publicidade, promoção e patrocínio de produtos do tabaco. No entanto, ao tentar proteger os seus cidadãos, muitos governos foram alvo de ameaças e acções judiciais instauradas pela indústria para enfraquecer essas medidas.
Para apoiar os Estados-Membros no combate às acções da indústria do tabaco, continuaremos a colaborar com os nossos parceiros para desmistificar mitos, expôr tácticas de manipulação e reforçar as políticas de saúde.
Hoje, na ocasião do Dia Mundial sem Tabaco, apelo a todos os jovens para que se juntem na luta contra a epidemia do tabaco. Incentivo os grupos de jovens a criar um movimento para uma geração sem tabaco. Exorto as celebridades e influenciadores a rejeitar todas as formas de patrocínio da indústria do tabaco.
Apelo aos pais, cuidadores e professores que eduquem as crianças sobre os perigos dos produtos do tabaco e advoguem pela proibição total de fumar em locais públicos e de todas as formas de publicidade a favor do tabaco.
Por fim, exorto todos os governos a implementarem políticas gerais de luta antitabágica, conforme estipulado na Convenção-Quadro da OMS para a Luta Antitabágica, de forma a salvar vidas e reduzir os custos dos cuidados de saúde.
Graças à solidariedade internacional, os jovens podem dar o exemplo ao tornarem-se a primeira geração sem tabaco.
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