Ao assinalarmos o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, a 1 de Dezembro, cujo tema este ano é o “Direito à Saúde”, gostaria de partilhar a história do Alex, um aluno do ensino secundário de 14 anos de idade, que vive com a sua avó em Douala, nos Camarões. Foi diagnosticado com VIH em 2016, um ano após a sua mãe ter falecido de tuberculose. “A minha família deu-me apoio, amor e carinho e os médicos deram-me medicamentos. Os medicamentos farão com que viva uma vida normal e irão fortalecer o meu corpo. Adoro ir à escola e estudar e espero um dia tornar-me um médico para que possa cuidar de outras pessoas infectadas com o VIH.”
Tal como o Alex, todas as pessoas têm o direito à saúde independentemente da sua idade, sexo e local de nascimento. Comemorar o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA realça que todas as pessoas contam quando procuramos obter progressos mais rápidos e sustentáveis com vista à cobertura universal de saúde para todas as pessoas que vivem com o VIH.
Há esperança de acabarmos com a SIDA na Região Africana até 2030. Devido à rápida evolução dos tratamentos para o VIH e às intervenções de prevenção existentes, as mortes na Região relacionadas com a SIDA caíram em mais de metade, de mais de 1,5 milhões em 2005 para cerca de 720 000 em 2016. Pela primeira vez, mais de metade de todas as pessoas que vivem com o VIH em África tem acesso a tratamentos para o VIH que salvam vidas, tendo estes alcançado quase 14 milhões de pessoas no final de 2016. Isto coloca a Região no rumo certo para cumprir a meta de ter 23 milhões de pessoas em tratamento até 2020.
Isto são progressos significativos, mas o direito à saúde para todos não está a ser realizado. Os jovens, especialmente as mulheres jovens, continuam a estar em risco de contraírem infecções pelo VIH. As crianças são muitas vezes esquecidas, principais populações como os profissionais do sexo, homens que têm relações sexuais com outros homens e os consumidores de drogas injectáveis não estão a ser alcançados e os homens estão também a ficar para trás. Os países nas sub-regiões da África Ocidental e Central continuam a estar atrasados em relação ao resto do continente. A OMS e os seus parceiros estão a trabalhar com estes Estados-Membros para implementar planos de recuperação, de modo a acelerar o tratamento ao VIH.
Na Região Africana, cerca de 1,2 milhões de pessoas contraíram o VIH em 2016. Estima-se que 6 milhões de pessoas que vivem com o VIH ainda não têm conhecimento do seu estado. Quase 12 milhões de pessoas que vivem com o VIH não têm acesso a terapêuticas anti-retrovirais e mais de metade de todas as pessoas a receber tratamento para o VIH ainda possui níveis detectáveis do vírus. Isto reforça a necessidade urgente de serviços de prevenção e tratamento do VIH para todas as pessoas que o necessitam.
À medida que caminhamos para o fim da SIDA até 2030, pedimos a todos os Estados-Membros que coloquem a saúde e os direitos humanos das pessoas que vivem com o VIH no centro da resposta, de modo a garantirmos que alcançamos todas as comunidades que estão a ficar para trás.
É necessário mais investimento na saúde e na educação dos adolescentes e das mulheres jovens para aumentar o seu acesso aos serviços e para reduzir a sua vulnerabilidade à infecção pelo VIH. A OMS recomenda que os países iniciem novas abordagens, como o auto-diagnóstico, para alcançarem mais pessoas e para acelerarem as intervenções eficazes de prevenção, como o uso de preservativos.
Para além disso, tornar os medicamentos mais recentes e seguros habitualmente disponíveis, reorientar a prestação de serviços para que alcancem populações específicas e reforçar os sistemas de informação irá impulsionar os progressos com vista à consecução das metas. Faço um apelo a todas as comunidades para que adoptem as inovações que irão acelerar o ímpeto com vista a uma geração livre da SIDA.
Todos os indivíduos têm um direito à saúde. A OMS irá continuar a apoiar os Estados-Membros para que estes aumentem os serviços de VIH, de modo a fornecer o direito à saúde a todos e para termos a certeza que ninguém fique para trás.