Todos os anos, no dia 31 de Maio, a OMS e os parceiros assinalam o Dia Mundial sem Tabaco para realçar os perigos associados ao tabagismo, e para promover políticas de redução do tabagismo. O tema deste ano, "O tabaco e as doenças cardíacas,” incide no tabagismo enquanto factor de risco fundamental para o desenvolvimento de doenças cardíacas e outras relacionadas, incluindo os AVC.
A epidemia do tabagismo é uma das maiores ameaças de saúde pública que o mundo alguma vez enfrentou e que mata mais de 7 milhões de pessoas por ano. O tabaco destrói o coração. O tabagismo e a exposição ao fumo passivo contribuem para cerca de 12% de todos os óbitos por doenças cardíacas. Não existe um nível seguro para as pessoas, sobretudo para as crianças as mulheres e os trabalhadores, que estejam no mesmo local onde alguém esteja a fumar.
Na Região Africana, cerca de 146 000 adultos com idade igual ou superior a 30 anos morrem anualmente de doenças relacionadas com o tabaco. Quando os fumadores morrem prematuramente durante os seus anos mais produtivos, as famílias perdem entes queridos e rendimento, e o desenvolvimento económico é afectado de forma negativa.
Embora existam medidas e intervenções para travar o caudal de doenças relacionadas com o tabaco, é preciso fazer mais para aumentar a sensibilização para os efeitos nocivos do tabagismo. Muitas pessoas desconhecem que o tabaco é uma das principais causas de doenças cardíacas e de AVC.
As políticas que regulam o tabaco, promovem os ambientes sem fumo e incentivam as pessoas a deixar de fumar vão contribuir para melhorar a saúde e o bem-estar das populações. Para tal, é preciso haver uma liderança robusta, empenho político e uma sociedade civil informada a trabalhar em conjunto para promover as políticas para a saúde do coração e o direito à saúde.
O Dia Mundial sem Tabaco é uma oportunidade para os governos e o público tomarem medidas firmes. Hoje, lanço um apelo aos Estados-Membros para implementarem as medidas que sabemos que poderão reforçar o controlo do tabagismo e que estão consagradas na Convenção-Quadro da OMS para a Luta Antitabágica.
As medidas eficazes para reduzir a procura por tabaco – que pode ser conseguido num curto espaço de tempo e com um custo bastante razoável –, incluem o aumento dos impostos e do preço do tabaco, o que irá salvar vidas e gerar receitas para o governo. Outras medidas incluem criar locais de trabalho e espaços públicos interiores completamente sem fumo; instituir advertências contundentes e imagens gráficas sobre os perigos nos maços de tabaco; e a proibição da publicidade, promoção e patrocínio do tabaco.
Além disso, cada um de nós pode desempenhar um papel na promoção da saúde do coração, se nos comprometermos a não fumar e ajudarmos outras pessoas a deixarem de fumar, e ainda se protegermos todas as pessoas, incluindo os membros das nossas famílias, os trabalhadores e as crianças do fumo do tabaco.
A eliminação do tabagismo ajudar-nos-á a evitar destruir os nossos corações. Vamos escolher a saúde, não o tabaco.