Mensagem da Dra Moeti, Directora Regional da OMS para a África, por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco,31 de Maio de 2019

Hoje comemoramos o Dia mundial sem tabaco, para garantir uma maior sensibilização sobre os perigos associados ao tabagismo e exposição ao fumo. Aproveitamos também este momento para defender políticas mais robustas para o controlo do tabagismo. O tema deste ano será O Tabaco e a saúde pulmonar”, focando nos impactos negativos que o tabaco tem nos nossos pulmões e o que poder ser feito para reduzir os riscos relacionados com o consumo do tabaco à saúde pulmonar.

O fumo do tabaco é perigoso, contêm mais de 7 000 substâncias químicas, 69 das quais consideradas cancerígenas. O consumo de tabaco afecta os pulmões de diversas formas. O fumo é a principal causa do cancro do pulmão, responsável para mais de dois terços de mortes devido ao cancro do pulmão. Em 2018, foram diagnosticados mais de 39 353 novos casos, e foram registadas 37 748 mortes.

No entanto, nem tudo são más notícias. As pessoas que deixam de fumar reduzem em 50% o risco de desenvolverem cancro do pulmão ao fim de apenas 10 anos.

O consumo do tabaco é também uma das principais causas da doença pulmonar obstrutiva crónica, que resulta em tosses dolorosas e dificuldades respiratórias agonizantes. O risco de desenvolver a doença é elevado entre indivíduos que começam a fumar cedo, pois o fumo do tabaco diminui de forma significativa o desenvolvimento do pulmão. O tabaco também agrava o asma, que restringe a actividade e contribui para a incapacidade.

As crianças estão em grande risco: A exposição às toxinas do fumo no útero reduz o crescimento e a função pulmonar. As crianças quando expostas ao fumo passivo do tabaco podem desenvolver pneumonia, bronquite ou infecções respiratórias aguadas. No Mundo cerca de 165 000 crianças morrem antes dos 5 anos devido a infecções respiratórias agudas causadas pelo fumo passivo.

Os nossos pulmões são fundamentais para a nossa saúde e bem-estar. Não devemos deixar o tabaco cortar a nossa respiração. Vamos todos escolher a saúde, e não o tabaco.

A epidemia do tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública que o Mundo já enfrentou. O Tabaco mata metade dos seus consumidores. A forma mais eficiente melhorar a saúde pulmonar é reduzir o consumo do tabaco e do consumo passivo. Temos de abraçar os benefícios comprovados de deixar de umar, bem como as acções viáveis que o público e os Governos podem levar a cabo para reduzir os riscos à saúde pulmonar que o tabaco representa.

Os Estados-membros devem responder à epidemia do tabaco implementando no pleno as disposições da Convenção Quadro da Organização Mundial da Saúde para o Controlo do Tabaco. O tratamento do tabagismo deve ser parte de uma política abrangente para o controlo do tabaco, juntamente com a criação de espaços públicos livres do tabaco, avisos de saúde nos maços de cigarro, e a proibição da publicidade dos produtos do tabaco. Para além disso, uma abordagem individual deve incluir intervenções ao nível do comportamento e/ou farmacológicos, é necessário um ambiente fomentador para encorajar os consumidores a deixarem de fumar.

Insto aos Governos a adoptarem e aplicarem políticas de controlo do tabaco, visando a redução da procura, acabar com a sua promoção, e tratar adequadamente a dependência. Isto deverá incluir as instituições de ensino, estruturas de saúde, locais de trabalho e ambientes desportivos.

A OMS irá continuar a promover e reforçar a sensibilização dos benefícios de estilos de vida livres do tabaco e o abandono do tabagismo.

Convido a todos os indivíduos, país e filhos, bem como aos outros membros da comunidade, a protegerem a sua saúde e evitarem os males causados pelo tabaco. Vamos promover a proibição do fumo como norma social e garantir ambientes livres do fumo.

Obrigada.