O tema para as celebrações do Dia Mundial da Tuberculose, é “ Chegou a hora”, uma oportunidade para reflectirmos sobres os progressos registados nos últimos anos, mas também para analisar o que precisa ser feito para acabar com o flagelo da TB na nossa Região e no Mundo.
Na minha mensagem do ano passado, convidei os Governos e os líderes da sociedade civil a todos os níveis a assumirem a frente da luta contra esta epidemia na nossa Região. Na sequência do Encontro de Alto Nível da ONU sobre a Tuberculose, que reuniu líderes mundiais, decisores políticos e organizações da sociedade civil em Setembro de 2018, agora todas as partes interessadas estão cientes da necessidade urgente de uma resposta global para esta epidemia. Na Região Africana, a TB é um grande obstáculo ao desenvolvimento, causa sofrimento incalculável às pessoas, e ameaça a concretização dos Objectivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O Relatório Mundial da Saúde OMS para 2018 indica que o fardo da doença causada pela TB está a reduzir em todo Mundo e todas as Regiões da OMS, e a maioria dos países, no entanto num ritmo insuficiente para concretizar as primeiras Metas da Estratégia para eliminar a TB em 2020. Na Região Africana da OMS, a redução dos casos de TB (4% por ano) colocou a nossa região no segundo lugar entre as Regiões da OMS no período entre 2013 a 2017. De igual modo, os números impressionantes na redução da doença na Região da África Austral 4-8% nos países como Eswatini, Lesoto, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Zimbabué, seguido de um pico na epidemia do VIH e a expansão nos cuidados e prevenção da TB e VIH.
De modo a se manter estes ganhos, é preciso aumentar os níveis actuais de investimentos dos Governos nos cuidados e prevenção da TB, pois estão à quem do necessário para eliminar a epidemia no prazo estabelecido nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. De igual modo, são necessários esforços para se identificar e remover os obstáculos que estão a minar os progressos, bem como adoptar e implementar opções políticas e intervenções mais eficientes. Os principais serviços de controlo da doença devem ser financiados com recursos endógenos, e a cobertura Universal de Saúde deve ser introduzida para garantir serviços de cuidados preventivos, diagnósticos e tratamento com garantia de qualidade.
Baseando-se nos sucesso do passado recente e cumprindo os compromissos assumidos pelos nossos líderes políticos, os nosso Governos precisam de adoptar uma política e acções programáticas para fomentar uma resposta multissectorial para eliminar esta epidemia. Dentro de um contexto mais abrangente de um sistema de Cuidados de saúde primários revitalizado. Estas medidas devem incluir iniciativas para identificar e tratar todos os casos existentes e incrementar o tratamento preventivo para as populações de alto risco, principalmente para as pessoas que vivem com o VIH e o contactos infantis com casos conhecidos de TB.
Para a eliminar esta epidemia até 2030, também temos de garantir o acesso universal aos testes moleculares rápidos recomendados pela OMS como diagnósticos de primeira linha para todos casos suspeitos de TB, bem como a adopção dos novos medicamentos recomendados pela OMS, e a combinação de medicamentos para tratar a TB multirresistente.
As organizações da sociedade civil e os sistemas comunitários precisam de ser reforçados para serem capazes disponibilizar diagnóstico de apoio e cuidados onde os pacientes vivem e trabalham, bem como facilitar o acesso aos serviços necessários, e ainda assistir os governos a incrementarem os serviços.
A TB tem recebido destaque crescente na agenda política mundial, esta oportunidade deve ser aproveitada para ganhar ímpeto visando a concretização das metas estabelecidas para 2020 e mais além; contamos com os nossos parceiros internacionais com o seu apoio técnico e financeiro contínuo na luta contra a TB e as doenças relacionadas.
Na Qualidade de Directora Regional da OMS para África, reafirmo o compromisso da minha organização e de todo o pessoal técnico da região para a trabalharmos com os governos, e outros parceiros e comunidades no apoio às iniciativas aqui mencionadas para eliminar a Epidemia da TB até 2030, ou mais cedo. Chegou a hora de acabar com este sofrimento e dar alento aos pacientes da TB e às suas famílias.