Dia Mundial de Saúde Mental: OMS encoraja o reforço de acções para prevenção do suicídio
Luanda, 10 de Outubro de 2019 - A cada 40 segundos, a nível mundial, alguém perde a vida por causa do suicídio, perfazendo um total de cerca de 800 mil vítimas por ano. Esta situação representa uma tragédia com efeitos duradouros para famílias e comunidades inteiras que são deixadas para trás, muitas vezes sem a assistência de que necessitam.
Para aumentar a consciência em torno desta grave e tão frequentemente negligenciada questão do suicídio, este ano, o Dia Mundial de Saúde Mental é celebrado com o foco na prevenção do suicídio e a OMS apela aos governos e parceiros a redobrarem os esforços para que a população disponha do apoio de que necessita e quando necessita, com vista a enfrentar os desafios inerentes a sua sobrevivência, e auto afirmação social.
Segundo a Representante em Exercício da OMS em Angola, Dra. Fernanda Alves, os jovens que representam o futuro da nação, são os mais afectados pelo suicídio, um mal social que constitui a segunda causa de morte entre jovens dos 15 e os 29 anos de idade, em todo o mundo.
“É imperioso garantirmos aos jovens as habilidades, capacidades e apoios necessários para a sua afirmação social, bem como o devido acompanhamento qualificado para evitar que tomem decisões catastróficas como o suicídio”
O suicídio pode afectar qualquer pessoa e em qualquer lugar. Contrariamente ao que as pessoas pensam, o suicídio não é um desafio unicamente dos países desenvolvidos. Na realidade, 80% dos suicídios ou seja, quatro em cada cinco suicídios, ocorrem em países de baixa e média renda.
Para reduzir significativamente o número de casos de suicídio, e salvar milhares de vidas, a OMS apela os Estados a restringirem o acesso aos meios de suicídio tais como pesticidas, armas de fogo e certos medicamento; a encorajar os meios de comunicação social a disseminar histórias de esperança, e evitarem a utilização de linguagem sensacionalista nas reportagens sobre suicídio.
Outrossim, encoraja os Governos a informar os jovens nas escolas para desenvolverem competências para a vida, e a identificar o risco de suicídio o mais cedo possível a fim de prestar apoio atempado.
Neste sentido, a OMS espera que os governos promovam a colaboração multissectorial, incluindo o fortalecimento de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool; promovam a capacitação de trabalhadores não especializados para avaliar e gerenciar o comportamento suicida, tratar e cuidar de pessoas que requerem cuidados especiais; implementem intervenções baseadas na escola para oferecer apoio à saúde mental dos adolescentes; promovam estudos qualitativos para identificar factores de risco culturalmente relevantes; e garantam o envolvimento das comunidades para reduzir o estigma, e a discriminação.
Em Angola, a OMS tem vindo a apoiar o Governo na criação de uma resposta nacional à saúde mental e neste âmbito, foi elaborada e aprovada a Estratégia Nacional de Saúde Mental, Álcool, Tabaco e Outras Drogas, um guia orientador de ação e intervenção conjunta, com o qual se encoraja o Governo a acelerar os esforços para a sua implementação; ampla divulgação; coordenação das iniciativas intersectoriais; e mobilização e alocação de recursos, para que se melhore a situação mental no país.
Este ano, em Angola, a celebração do 10 de Outubro, Dia Mundial de Saúde Mental, está a ser assinalada com a realização de palestras e sessões de reflexão nas escolas e outras instituições públicas e privadas, subordinada ao tema vamos prevenir o suicídio.