Progress report African region 21 - 5. Building back better - PT
Abordar a crise e os sistemas de saúde para alcançar a segurança sanitária
Até que a pandemia da COVID-19 esteja terminada, os sistemas de saúde dos Estados-Membros devem manter-se em alerta máximo e preparar-se continuamente para uma Tvaga de casos. Isto requer mecanismos de coordenação multissectoriais nacionais e subnacionais robustos; acompanhamento estreito das tendências ao nível mais baixo possível, ajustando as medidas de saúde pública e sociais (MSPS) em conformidade, incluindo evitar os ajuntamentos em massa durante a tendência de crescimento; avaliação contínua dos riscos, avaliação de prontidão e previsão das necessidades e resposta às lacunas; aumento continuado da produção de oxigénio e da capacidade de camas hospitalares; aumento da capacidade de sequenciação laboratorial e sequenciação genómica; aumento do número de profissionais de saúde, e gestão eficaz para minimizar o desgaste e as queixas dos profissionais de saúde; e aumento dos investimentos em áreas muitas vezes não protegidas, como a dos cuidados primários. Esta última está incluída porque as perturbações nos serviços essenciais podem potencialmente causar aumentos na procura de camas hospitalares e na necessidade de cuidados intensivos.
A gestão da pandemia COVID-19 exige uma abordagem abrangente centrada nos cuidados primários. Nenhuma intervenção realizada isoladamente alcançará resultados abrangentes. As medidas de saúde pública e de segurança, a capacidade de resposta ao nível primário, a expansão progressiva dos serviços hospitalares, incluindo as equipas médicas de emergência (EME), e a vacinação devem ser realizadas em conjunto.
O abastecimento de oxigénio médico é vital e urgente: aumentar a fiabilidade do fornecimento através da criação de centros de abastecimento de garrafas de oxigénio, que podem ser enviadas rapidamente mediante solicitação, e as capacidades de produção locais sustentáveis de O² podem salvar vidas.
A abordagem de resposta deve ser adaptada a contextos específicos. Tanto as pessoas com experiência externa como interna devem possuir uma boa compreensão do modus operandi de cada país. Idealmente, o apoio deve ser ajustado às culturas e às normas, e deve basear-se no contexto, com incidência nas áreas onde existem lacunas reais.
Vacinação inteligente para populações vulneráveis e gradualmente para toda a população. Apesar dos desafios actuais para responder à procura por vacinas, os Estados-Membros devem utilizar as doses existentes para abranger as populações vulneráveis direccionadas ao longo da vida das vacinas e alargar gradualmente a cobertura a outras populações. As vacinas contra a COVID-19 demonstraram um efeito protector contra a gravidade da doença para as pessoas vacinadas e a consequente redução da carga hospitalar e dos óbitos. Os Estados-Membros devem continuar a incentivar as pessoas a seguirem a ciência e, através da sensibilização, a reduzir a hesitação em relação às vacinas. Aumentar a disponibilidade actual e a distribuição das vacinas para os cantos mais remotos dos países africanos é a única forma de garantir que a COVID-19 não se torne endémica. No entanto, para alcançar a imunidade efectiva, é necessário manter um nível contínuo de vacinação, o que exige o reforço da oferta, da distribuição e a implementação de ferramentas de vacinação contra a COVID-19.
O reforço dos sistemas de saúde é uma condição para a segurança sanitária e a crise da COVID-19 apresenta uma oportunidade para abordar as questões mais prementes na programação da saúde, nos serviços clínicos e nas práticas de vacinação de rotina.
O aumento da produtividade, da diversificação económica e das reformas estruturais em toda a África exigirá a produção estratégica e a retenção de muitos licenciados altamente qualificados e empregáveis,, nomeadamente em domínios-chave relacionados com a ciência, a tecnologia, a engenharia e a matemática (STEM), bem como a saúde, a agricultura e as ciências sociais (como os antropólogos médicos e os economistas de saúde, por exemplo). Estas são áreas em que África vive actualmente uma escassez de cientistas e engenheiros com formação adequada, bem como opções de investigação limitadas.
Um dos maiores desafios na construção da segurança sanitária é o estabelecimento de sistemas de saúde interligados para toda a prestação de serviços, onde a logística, o pessoal, o tratamento, a comunicação e a gestão da informação estão integrados. Para tal, o Escritório Regional da OMS para a África defende a criação de centros de capacidade dentro do sistema universitário africano.
No que diz respeito à resposta à COVID-19, o reforço da gestão de casos e das capacidades em matéria de cuidados intensivos é crucial para a vida. Para tal, o Escritório Regional da OMS para a África continuará a apoiar a aquisição de medicamentos essenciais. Além disso, para garantir a continuidade dos serviços de saúde, o Escritório Regional da OMS para a África continuará a apoiar os países nas acções de formação; a divulgar orientações sobre a gestão dos cuidados intermédios domiciliários (HBIC) para doentes graves e muito graves; a reforçar as medidas de protecção individual – medidas de saúde pública e sociais (PHSM) e prevenção e controlo das infecções (PCI) nas comunidades, e o rastreio e triagem eficazes nos hospitais; a fornecer orientações para a vigilância nas comunidades; a criar plataformas de envolvimento da comunidade para uma melhor comunicação ao público, com vista a travar a infodemia que conduz a mitos, medos e negação; a apoiar os serviços laboratoriais alargados; e a incentivar a adopção de vacinas.
Com o número de idosos a aumentar rapidamente na Região, a gestão dos problemas de saúde dos idosos é uma prioridade. A este respeito, é fundamental promover e apoiar a investigação sobre o envelhecimento e a recolha de dados ao longo do curso de vida com desagregação etária e de género. Isto é especialmente importante para desenvolver o sistema de cuidados e serviços de longa duração, formação e apoio às famílias que prestam cuidados aos idosos, para promover os direitos humanos e reduzir os abusos infligidos às pessoas idosas.
Assegurar que o Escritório Regional da OMS para a África possa prestar aconselhamento de última geração aos países exige investimentos e a retenção de pessoal qualificado e com experiência; para o efeito, é fundamental manter os recursos humanos bem formados e saudáveis, assim como um orçamento de formação adequado.