Um clube onde os jovens podem aprender mais sobre resistência aos medicamentos
Glorious Erhuanga raramente fica doente, diz ela. O que é bom, uma vez que não dá muita importância aos medicamentos. E também porque, segundo a própria, ela abusa dos medicamentos. “Abuso dos medicamentos no sentido em que não os tomo até ao fim. Se me sentir recuperada, paro. Mas sei que a doença não desapareceu completamente, eles [agentes patogénicos] escondem-se no corpo”, explica.
Ela também admite que, embora tenha conhecimentos sobre os medicamentos sujeitos a receita médica porque a mãe é enfermeira, ela nunca compreendeu bem como funcionam ou quão perigoso pode ser utilizá-los indevidamente ou mesmo até automedicar-se até se juntar ao Clube de Saúde e Higiene da escola há dois anos, onde conheceu a “Tia Biola”, a pessoa responsável pelo clube.
“Ela falou-nos sobre a nossa saúde e sobre coisas que não levamos a sério e que, na verdade, podem ser prejudiciais à nossa saúde, como a automedicação”, relembra Glorious.
A Tia Biola estava a falar sobre esta prática crescente entre os alunos que as pessoas da sua organização constataram quando abriram inicialmente o Clube de Saúde e Higiene nas quatro escolas do estado de Lagos, na Nigéria. O conceito de clube foi criado para promover bons hábitos de consumo de água, higiene e saneamento, como lavar as mãos, a fim de prevenir a disseminação de infeções endémicas do país.
Era uma alternativa aos eventos pontuais e às campanhas que normalmente se realizam uma vez por ano, um modelo que a organização da Dr.ª Ameyo Stella Adadevoh (DRASA Health Trust), uma organização que trabalha para fortalecer a segurança e a saúde na Nigéria, porque acreditava que não estava a funcionar.
O conceito do clube centrava-se no lema “utilizar a pressão de grupo para o bem” e o objetivo era que os alunos dessem o exemplo para mudar o comportamento dos seus colegas. Enquanto “embaixadores da saúde”, os membros do clube aprendem os factos sobre uma série de assuntos em cada sessão semanal e depois comunicam esses conhecimentos aos colegas de várias maneiras, incluindo na assembleia matinal realizada no recreio da escola e em qualquer formato que quiserem: dança, teatro, debates, concursos, redações, música, até músicas de rap.
O primeiro encontro com o problema da RAM
Semana após semana nos quatro programas experimentais realizados em 2016-2017, o pessoal da DRASA constatou o modo alarmante como os alunos partilhavam medicamentos que apenas deviam ser adquiridos com receita médica. Os alunos estavam a tomar antibióticos para a dor de cabeça e antimaláricos para tratar a febre. Ainda assim, poucos deles foram vistos por um médico.
A realidade da malária e o facto de as famílias terem poucos recursos para se dirigirem às clínicas na Nigéria muitas vezes levam os alunos e os pais a comprar medicamentos possivelmente falsos a vendedores de rua por um preço muito mais baixo. Foi o grau perigoso de automedicação com medicamentos sem receita médica que levou a DRASA a expandir o seu campo de ação.
“Decidimos ajudar os jovens a tomar decisões sobre a sua saúde com base no conhecimento e não na ignorância”, diz Niniola Williams, Diretora-Geral da DRASA. “Damos-lhes os factos e ajudamo-los a compreender porque é que aquilo que fazem atualmente está errado . Não lhes dizemos o que tem de fazer “.
A DRASA estabeleceu uma parceira com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para centrar a educação na resistência antimicrobiana (RAM) , e se expandir para outras seis escolas. A RAM é um problema crescente no continente africano e, a nível global, é responsável por cerca de 700.000 mortes por ano, de acordo com os dados da OMS.
Quando Glorious, agora com 17 anos, ouviu a apresentação do Clube de Saúde e Higiene, um dos temas centrais era a RAM. E ficou convencida.
“O que é que me chamou à atenção no clube?”, faz uma pausa. “Falaram-nos sobre a Dr.ª Ameyo Stella Adedevoh e como ela ajudou a proteger a Nigéria contra o Ébola. Eu pensei, ‘Uau, estas pessoas têm realmente muito para nos oferecer, e nós ficamos a saber aquilo que não sabemos sobre a nossa saúde’. Disse ao meus amigos que tínhamos de aderir. “O saber não ocupa lugar”.
Os dados de avaliação referentes ao primeiro ano do clube em parceria com a OMS indicaram que o modelo de abordagem à RAM através de um clube tinha tido uma boa influência: entre os 320 embaixadores da saúde, o conhecimento sobre os antibióticos e o porquê de apenas deverem ser utilizados para tratar infeções bacterianas passou de 34% no início do ano letivo para 82% no final. E a noção de que é obrigatório tomar a dose completa de um antibiótico aumentou de 39% para 74%.
“Lembro-me que havia outro aluno cuja mãe era enfermeira”, diz Williams, “e eles tinham um armário com medicamentos em casa. A mãe ensinou aos filhos que medicamentos deviam tomar para tratar vários sintomas, sem fazerem exames ou análises. Graças ao nosso programa, o aluno conseguiu mudar esse hábito em casa”.
Porquê as escols?
Omotayo Hamzat, Diretor de Tecnologia e Inovação na Saúde do Programa Nacional da OMS na Nigéria, afirma que a Organização estava à procura de abordagens inovadoras ao problema da RAM. Constataram que os clubes da DRASA já estavam a funcionar em algumas escolas, um local onde as infeções se espalham mais facilmente do que os apontamentos de estudo. “Concluímos que podíamos transformar os alunos em embaixadores da mudança para ajudar a promover boas práticas de higiene e administração de antibióticos”, explica.
“Serei para sempre uma embaixadora da DRASA”, diz Glorious no que toca ao impacto que o clube teve na sua vida. “Mudou a minha forma de pensar. Deixei de pensar que posso tratar uma determinada doença à minha maneira, e que preciso de consultar um médico. Com tudo aquilo que aprendi, acho que nunca me esquecerei disso”.
A DRASA está confiante de que esta abordagem pode funcionar com todos os alunos, tal como funcionou com o Glorious. “Espero que esta abordagem sejam implementada em todo o mundo. Os alunos pensam em coisas que nós nunca imaginaríamos”, diz Williams.
O Governo concorda. Embora a pandemia da COVID-19 tenha colocado os planos de expansão em pausa, a DRASA e a OMS estão neste momento a trabalhar na expansão do modelo do clube para garantir que alunos de todo o país têm acesso a este tipo de aprendizagem.
Além de todos os problemas que esta pandemia trouxe consigo, está também a ameaça de exacerbar a o nível da RAM.
Muitas pessoas na Nigéria assumem que têm malária ou febre tifóide quando se sentem febris e tratam os sintomas sem fazerem análises nem procurarem assistência médica, explica William.
Isto é particularmente preocupante no contexto da pandemia da COVID-19 e considerando os números aparentemente baixos verificados no país. O facto de as pessoas não procurarem assistência médica acresce ao problema, devido ao elevado nível de automedicação com medicamentos antimaláricos ou paracetamol para tratar aquilo que poderá ser coronavírus ou outra infeção grave.
“É por isso que agora, mais do que nunca”, salienta, “precisamos de ajudar os jovens do país a compreender a dimensão do problema da RAM e a serem embaixadores da mudança comportamental nas escolas, em casa e nas comunidades”.
O uso errado de antibióticos pode matar
A resistência aos antimicrobianos, ou RAM, configura uma crise no campo dos cuidados de saúde de que possivelmente nunca ouviu falar. No entanto, se não agirmos desde já para Resistir à Resistência, 4,1 milhões de pessoas em África poderão vir a falecer até 2050.
O termo genérico antimicrobianos abrange os antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários. A resistência aos antimicrobianos surge quando as bactérias, os fungos, os parasitas e os vírus que nos fazem adoecer se tornam resistentes a estes medicamentos vitais. Este problema não diz apenas respeito aos seres humanos. De facto, a RAM afecta igualmente os animais, incluindo animais criados para a produção de alimentos. Assim como é prejudicial para o ambiente, podendo ser encontrados organismos resistentes aos antimicrobianos no solo, na água e até no ar que respiramos.
Temos de nos proteger contra este problema. Juntos, temos de resistir à resistência. Juntos, temos de Resistir à Resistência.
Resistir à resistência vamos aos factos
A resistência aos antimicrobianos – ou RAM – é uma das 10 maiores ameaças mundiais para a saúde pública com que a humanidade hoje se depara.
Está a custar-nos vidas
A RAM pode vir a matar 4,1 milhões de pessoas em África até 2050 se não tomarmos já medidas para Resistir à Resistência.
Está a custar-nos dinheiro.
Os países em desenvolvimento no continente africano 5% do PIB por causa da RAM. Isso significa que o impacto económico da resistência aos antimicrobianos poderia ter um impacto mais profundo do que a crise financeira de 2008.
O nosso ecossistema
A RAM afeta humanos, animais e o ambiente.
O coronavírus está a agravar ainda mais a RAM
Segundo um estudo recente, de entre os doentes que foram para o hospital com coronavírus, foi administrado a 72% deles um antimicrobiano de que não precisavam. Só 8% tinham infecções que podiam ser tratadas com este tipo de medicamento que salva vidas.
E é um problema que torna as doenças existentes ainda mais letais.
Infecções mortais como a tuberculose tornaram-se resistentes aos antibióticos que salvam vidas. O paludismo, que mata diariamente 3 mail crianças em África, está a ficar resistente a um tratamento até então eficaz. Se não Resistirmos à Resistência, corremos o risco de perder estes medicamentos que salvam tantas vidas.
Verdadeiro ou falso? Tenha cuidado.
O comprimido que acabou de comprar no mercado pode ser um medicamento falso – 1 em cada 10 medicamentos que circulam nos mercados do mundo são de qualidade inferior ou não são de todo um medicamento verdadeiro. Comprou o seu medicamento a um profissional médico credenciado? Caso contrário, poderá fazer-lhe mais mal do que bem.
Resistir à resistência. Porque os antimicrobianos devem ser respeitados.
Considerando que a RAM até dificulta o tratamento de infecções simples, são os países com serviços de saúde mais frágeis que acabam por ser mais prejudicados por esta crise mundial. E isso acarreta custos mais altos para o sector da saúde, internamentos hospitalares mais longos e maior número de óbitos.
O que se entende ao certo por resistência aos antimicrobianos??
Micróbios.
São organismos minúsculos que existem à nossa volta. Alguns são mesmo essenciais para nos manter de boa saúde.
Enquanto outros – como bactérias nocivas, fungos, parasitas e vírus – entram furtivamente no nosso organismo e fazem-nos adoecer.
Felizmente, hoje em dia temos antibióticos, antifúngicos, antiparasitários e antivirais. Estes tipos de medicamentos são denominados antimicrobianos. São tratamentos notáveis que combatem os micróbios quando estes invadem o nosso organismo. E, quando são administrados e utilizados correctamente, salvam vidas.
Quando são administrados e utilizados corretamente, são capazes de salvar vidas.
Quando são utilizados incorretamente, os micróbios, como as bactérias, tornam-se mais fortes e começam a criar resistência aos medicamentos que deveriam matá-los. Isto chama-se resistência aos antimicrobianos, ou RAM, e pode ser fatal.
Quando os micróbios se tornam resistentes, eles transformam-se em superbactérias que podem passar de pessoa para pessoa.
Estas superbactérias não conhecem limites e podem espalhar-se por várias regiões e até países. Isto significa que as infeções comuns podem tornar-se incuráveis ou não tratáveis, uma vez que os medicamentos deixam de fazer o seu efeito quando são mais precisos. Não só coloca a sua vida em risco, como também afeta as pessoas da sua comunidade, do seu país, de África e de todo o mundo.
A RAM pode surgir quando alguém toma medicamentos antimicrobianos de que não precisa. Por exemplo, quando uma pessoa toma um antibiótico para curar uma constipação comum ou uma infecção do trato respiratório superior, que são sobretudo possíveis infecções virais. Ou quando compra comprimidos a alguém que não é um profissional médico credenciado, como seja um médico, um enfermeiro ou um farmacêutico, e assim está a comprar uma versão mais fraca do farmáco verdadeiro ou a tomar uma dosagem excessiva em relação ao recomendado. Isso ajuda os micróbios a criarem uma resistência ao medicamento autêntico.
Outras causas de RAM incluem a utilização indevida ou excessiva de antibióticos na agricultura e aquacultura e a falta de medidas adequadas de higiene e saneamento em instalações, desde clínicas de saúde a explorações agrícolas.
Lembre-se: os antibióticos APENAS servem para tratar infecções bacterianas. Os antivirais servem APENAS para tratar infecções virais. Os antipalúdicos servem APENAS para tratar o paludismo.
Temos de resistir à resistência. Porque os antimicrobianos devem ser respeitados.
Como pode o público Resistir à resistência.
Você acha que
Acha que tomar antibióticos sem receita médica é inócuo?
Você acha que
Acha seguro comprar comprimidos no mercado em vez de os adquirir a um profissional médico credenciado?
Você acha que
Acha que deve parar de tomar os antibióticos antes do tempo prescrito pelo seu médico?
Pense melhor!
Se tomar comprimidos quando não precisa deles ou se não cumprir a totalidade de um tratamento com antibióticos, esses extraodinários medicamentos podem deixar de surtir efeito em si, mas também em muitas pessoas.
Isto deve-se à resistência aos antimicrobianos, também conhecida por RAM.
Felizmente, PODE tomar medidas para Resistir à Resistência. Pode:
1. Manter-se saudável!
Certo, nem sempre conseguimos evitar adoecer. Mas pode cuidar da sua saúde. Significa lavar as mãos, praticar uma higiene adequada, como seja fechar a boca para espirrar e usar uma proteção durante as relações sexuais. É igualmente importante vacinar-se contra todas as doenças susceptíveis de prevenção através da vacina, tais como tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, Haemophilus influenzae tipo B, cólera, febre tifóide e Streptococcus pneumoniae.
2. Agir inteligentemente perante medicamentos!
Tem dor de cabeça? Tem uma gastroenterite? Antes de pegar na embalagem de comprimidos antimicrobianos ou comprá-los no mercado, pare e pense: se tomar este medicamento sem receita médica, será que não vai deixar de fazer efeito quando realmente precisar dele? Da mesma maneira, se tiver sintomas de coronavírus, não deve tomar antibióticos, porque neste momento não existe nenhum tratamento eficaz e, se o fizer, arrisca a sua própria vida e a vida dos seus entes queridos.
3. Ir falando!
Pode ajudar a passar a palavra para que cada vez mais pessoas resistam à RAM. Fale com os seus amigos, a sua família… inclusive com o seu médico!
Lembre-se:
quando toma antimicrobianos sem precisar deles, eles podem deixar de funcionar quando mais necessitar deles.
Resista à Resistência! Porque os antimicrobianos devem ser respeitados.
Recursos
Público ficha técnica #1
Público ficha técnica #2
Público ficha técnica #3
Público ficha técnica #4
Owolabi
Um professor de farmacologia e o sofrimento causado pela resistência aos medicamentos A mulher de Owolabi, com quem estava casado há 19 anos, faleceu após a remoção de um tumor no cérebro. Ele tenta não culpar o hospital onde ela contraiu a infeção que acabou por levar à sua morte. Ele compreende que é difícil manter as condições de esterilização até mesmo nos melhores hospitais da Nigéria. E ele sabe que a mulher foi trata num dos melhores hospitais do país.
Ela estava doente há meses e apresentava sintomas que foram diagnosticados erradamente como estando associados à pré-menopausa. A certa altura, ela foi internada, mas acabou por receber alta. Quando os sintomas pioraram, foi realizada uma ressonância magnética nas urgências que revelou a presença do tumor. Embora o procedimento fosse complexo e demorasse nove horas, era algo a que o cirurgião estava habituado. O anestesista pediu que fossem administrados antibióticos fortes, incluindo ceftriaxona (Rocephin) para prevenir uma infeção. “Após a cirurgia, fiquei no hospital até por volta das 21:00”, relembra Owolabi. “Ela estava totalmente consciente. Vi-a a sorrir para mim e acenei-lhe de volta. Não podia estar perto dela na UCI. Não queria que ela ficasse nervosa”. Owolabi foi para casa, onde os três filhos o esperavam ansiosamente. O som do telefone acordou-o às 02:00. Disseram-lhe que tinha de se dirigir ao hospital de imediato, sem lhe darem mais explicações.
Horas mais tarde, ele viria a saber que a mulher estava com muita febre. “O médico perguntou-me onde vivia. Eu disse-lhe e ele disse que era demasiado perigoso conduzir à noite”. Ele estava preocupado com a criminalidade em algumas partes da cidade nigeriana. Eles pensaram que o estado da mulher estava suficientemente estável para esperar pela manhã. Owolabi correu para a UCI às 06:00 na manhã seguinte. O estado de consciência da mulher tinha piorado. Havia suspeita de aumento da pressão intracraniana. O plano era realizar uma segunda cirurgia para determinar se havia uma hemorragia. Owolabi assinou o termo de consentimento. “Estava preparado para dar tudo para salvar a minha mulher”, afirma.
Não havia hemorragia, mas constatou-se a presença de um edema grave do cérebro. Eles tentaram aliviar a pressão no cérebro. Quarenta e oito horas após a segunda cirurgia, a temperatura e a frequência cardíaca da mulher dispararam. Tornou-se evidente que, embora o tumor tivesse sido removido com sucesso, ela tinha contraído uma infeção, provavelmente no local da primeira incisão. E o tratamento profilático com os antibióticos não tinha sido capaz de travar a infeção. Foi solicitada uma hemocultura e uma análise dos marcadores de septicemia, entre outros exames.
Os médicos administraram também um outro antibiótico, o Meropenem. Considerando que se tratava da Nigéria, onde a malária é endémica, eles administraram ainda antimaláricos. Recorreram a todos os métodos possíveis para baixar a febre, incluindo toalhas embebidas em água tépida. Mas tiveram pouco ou nenhum sucesso. Num curto espaço de tempo, ela entrou em choque, e a sua pressão arterial caiu para 60/40 mmHg. O seu estado de consciência deteriorou-se ainda mais. Ela foi colocada numa máquina de suporte de vida com terapêutica inotrópica para regular a pressão arterial.
Os resultados da hemocultura revelaram o crescimento de bactérias coliformes resistentes a todos os antibióticos utilizados. Os médicos decidiram experimentar colistina, um antibiótico de último recurso que é escasso, caro e tóxico. Mas o medicamento tinha de ser trazido do Reino Unido por um farmacêutico que era parente de Owolabi, uma vez que a “procura agonizante e exaustiva pelo medicamento na Nigéria tinha sido em vão”. Mesmo depois de lhe ser administrada a colistina, a mulher de Owolabi permaneceu no hospital sem demonstrar resposta ao tratamento durante sete semanas.
Por volta da sexta semana, deixou de ter febre e entrou em hipotermia, com uma queda de temperatura para 36,2 ˚C. Owolabi estava de licença da universidade onde ensinava Farmacologia e raramente saía do lado da mulher. A sua filha mais velha estava a estudar para os exames da faculdade e o filho mais velho estava a preparar-se para os exames de admissão na universidade.
Ele não sabia bem como cuidar dos filhos. Não era só a sua mulher que estava no hospital, mas também a mãe deles. Eles tinham o direito de saber o que se estava a passar, pensou. Um dia, levou a filha com ele. Uma noite, Owolabi viu a mulher num sonho. “Ela foi dar-me um abraço”. Depois despediu-se.
Faleceu dois dias depois. Mais para o final, os médicos concordaram que se tratava de septicemia causada pela resistência aos medicamentos antimicrobianos – um problema de saúde pública global que mata cerca de 700.000 pessoas todos os anos. Não havia maneira de descobrir a fonte da infeção. Talvez o bloco operatório.
Talvez a unidade de cuidados intensivos. Owolabi pode não culpar o hospital, mas sente-se revoltado com a maneira como as pessoas vivem no seu país – as dificuldades financeiras e a facilidade de comprar medicamentos sem receita médica e de as pessoas se automedicarem, muitas vezes incorretamente. “O problema é a falta de controlo na distribuição destes medicamentos”, explica. E é assim que os micróbios que penetram o corpo dos humanos e animais podem sofrer mutações e ganhar resistência aos medicamentos que foram criados especificamente para os eliminar.
Owolabi continua a dar aulas e salienta cada vez mais aos seus alunos a importância de tomar antibióticos e outros medicamentos para o combate de infeções de modo responsável. “A minha experiência teve um impacto na minha vida e na maneira como ensino Farmacologia”, diz solenemente. Ele fala com os colegas e alunos, muitos dos quais tencionam entrar em Medicina ou Farmacologia, sobre a dimensão deste problema. “Têm de ser mais responsáveis com as receitas médicas e o tratamento das infeções”, diz ele.
Ele não costuma falar sobre a mulher aos alunos. “Mas ela tem influência sobre aquilo que ensino sobre os antibióticos”.
Owolabi pediu para manter o anonimato.
Glorious Erhuanga
Um clube onde os jovens podem aprender mais sobre resistência aos medicamentos
Glorious Erhuanga raramente fica doente, diz ela. O que é bom, uma vez que não dá muita importância aos medicamentos. E também porque, segundo a própria, ela abusa dos medicamentos. “Abuso dos medicamentos no sentido em que não os tomo até ao fim. Se me sentir recuperada, paro. Mas sei que a doença não desapareceu completamente, eles [agentes patogénicos] escondem-se no corpo”, explica.
Ela também admite que, embora tenha conhecimentos sobre os medicamentos sujeitos a receita médica porque a mãe é enfermeira, ela nunca compreendeu bem como funcionam ou quão perigoso pode ser utilizá-los indevidamente ou mesmo até automedicar-se até se juntar ao Clube de Saúde e Higiene da escola há dois anos, onde conheceu a “Tia Biola”, a pessoa responsável pelo clube.
“Ela falou-nos sobre a nossa saúde e sobre coisas que não levamos a sério e que, na verdade, podem ser prejudiciais à nossa saúde, como a automedicação”, relembra Glorious.
A Tia Biola estava a falar sobre esta prática crescente entre os alunos que as pessoas da sua organização constataram quando abriram inicialmente o Clube de Saúde e Higiene nas quatro escolas do estado de Lagos, na Nigéria. O conceito de clube foi criado para promover bons hábitos de consumo de água, higiene e saneamento, como lavar as mãos, a fim de prevenir a disseminação de infeções endémicas do país.
Era uma alternativa aos eventos pontuais e às campanhas que normalmente se realizam uma vez por ano, um modelo que a organização da Dr.ª Ameyo Stella Adadevoh (DRASA Health Trust), uma organização que trabalha para fortalecer a segurança e a saúde na Nigéria, porque acreditava que não estava a funcionar.
O conceito do clube centrava-se no lema “utilizar a pressão de grupo para o bem” e o objetivo era que os alunos dessem o exemplo para mudar o comportamento dos seus colegas. Enquanto “embaixadores da saúde”, os membros do clube aprendem os factos sobre uma série de assuntos em cada sessão semanal e depois comunicam esses conhecimentos aos colegas de várias maneiras, incluindo na assembleia matinal realizada no recreio da escola e em qualquer formato que quiserem: dança, teatro, debates, concursos, redações, música, até músicas de rap.
O primeiro encontro com o problema da RAM
Semana após semana nos quatro programas experimentais realizados em 2016-2017, o pessoal da DRASA constatou o modo alarmante como os alunos partilhavam medicamentos que apenas deviam ser adquiridos com receita médica. Os alunos estavam a tomar antibióticos para a dor de cabeça e antimaláricos para tratar a febre. Ainda assim, poucos deles foram vistos por um médico.
A realidade da malária e o facto de as famílias terem poucos recursos para se dirigirem às clínicas na Nigéria muitas vezes levam os alunos e os pais a comprar medicamentos possivelmente falsos a vendedores de rua por um preço muito mais baixo. Foi o grau perigoso de automedicação com medicamentos sem receita médica que levou a DRASA a expandir o seu campo de ação.
“Decidimos ajudar os jovens a tomar decisões sobre a sua saúde com base no conhecimento e não na ignorância”, diz Niniola Williams, Diretora-Geral da DRASA. “Damos-lhes os factos e ajudamo-los a compreender porque é que aquilo que fazem atualmente está errado . Não lhes dizemos o que tem de fazer “.
A DRASA estabeleceu uma parceira com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para centrar a educação na resistência antimicrobiana (RAM) , e se expandir para outras seis escolas. A RAM é um problema crescente no continente africano e, a nível global, é responsável por cerca de 700.000 mortes por ano, de acordo com os dados da OMS.
Quando Glorious, agora com 17 anos, ouviu a apresentação do Clube de Saúde e Higiene, um dos temas centrais era a RAM. E ficou convencida.
“O que é que me chamou à atenção no clube?”, faz uma pausa. “Falaram-nos sobre a Dr.ª Ameyo Stella Adedevoh e como ela ajudou a proteger a Nigéria contra o Ébola. Eu pensei, ‘Uau, estas pessoas têm realmente muito para nos oferecer, e nós ficamos a saber aquilo que não sabemos sobre a nossa saúde’. Disse ao meus amigos que tínhamos de aderir. “O saber não ocupa lugar”.
Os dados de avaliação referentes ao primeiro ano do clube em parceria com a OMS indicaram que o modelo de abordagem à RAM através de um clube tinha tido uma boa influência: entre os 320 embaixadores da saúde, o conhecimento sobre os antibióticos e o porquê de apenas deverem ser utilizados para tratar infeções bacterianas passou de 34% no início do ano letivo para 82% no final. E a noção de que é obrigatório tomar a dose completa de um antibiótico aumentou de 39% para 74%.
“Lembro-me que havia outro aluno cuja mãe era enfermeira”, diz Williams, “e eles tinham um armário com medicamentos em casa. A mãe ensinou aos filhos que medicamentos deviam tomar para tratar vários sintomas, sem fazerem exames ou análises. Graças ao nosso programa, o aluno conseguiu mudar esse hábito em casa”.
Porquê as escols?
Omotayo Hamzat, Diretor de Tecnologia e Inovação na Saúde do Programa Nacional da OMS na Nigéria, afirma que a Organização estava à procura de abordagens inovadoras ao problema da RAM. Constataram que os clubes da DRASA já estavam a funcionar em algumas escolas, um local onde as infeções se espalham mais facilmente do que os apontamentos de estudo. “Concluímos que podíamos transformar os alunos em embaixadores da mudança para ajudar a promover boas práticas de higiene e administração de antibióticos”, explica.
“Serei para sempre uma embaixadora da DRASA”, diz Glorious no que toca ao impacto que o clube teve na sua vida. “Mudou a minha forma de pensar. Deixei de pensar que posso tratar uma determinada doença à minha maneira, e que preciso de consultar um médico. Com tudo aquilo que aprendi, acho que nunca me esquecerei disso”.
A DRASA está confiante de que esta abordagem pode funcionar com todos os alunos, tal como funcionou com o Glorious. “Espero que esta abordagem sejam implementada em todo o mundo. Os alunos pensam em coisas que nós nunca imaginaríamos”, diz Williams.
O Governo concorda. Embora a pandemia da COVID-19 tenha colocado os planos de expansão em pausa, a DRASA e a OMS estão neste momento a trabalhar na expansão do modelo do clube para garantir que alunos de todo o país têm acesso a este tipo de aprendizagem.
Além de todos os problemas que esta pandemia trouxe consigo, está também a ameaça de exacerbar a o nível da RAM.
Muitas pessoas na Nigéria assumem que têm malária ou febre tifóide quando se sentem febris e tratam os sintomas sem fazerem análises nem procurarem assistência médica, explica William.
Isto é particularmente preocupante no contexto da pandemia da COVID-19 e considerando os números aparentemente baixos verificados no país. O facto de as pessoas não procurarem assistência médica acresce ao problema, devido ao elevado nível de automedicação com medicamentos antimaláricos ou paracetamol para tratar aquilo que poderá ser coronavírus ou outra infeção grave.
“É por isso que agora, mais do que nunca”, salienta, “precisamos de ajudar os jovens do país a compreender a dimensão do problema da RAM e a serem embaixadores da mudança comportamental nas escolas, em casa e nas comunidades”.
Vanessa Carter
Transformar o desconhecido em conhecimento comum na luta para combater a resistência antimicrobiana
Vanessa Carter quase perdeu o seu rosto devido à resistência antimicrobiana.
Ela contraiu uma infeção bacteriana provavelmente enquanto esteve no hospital a ser submetida a uma de várias cirurgias faciais complicadas. Nenhum dos vários médicos que a acompanharam nos primeiros seis anos das cirurgias alguma vez lhe falou sobre a resistência aos antibióticos. Como desconhecia os perigos de deixar de tomar um medicamento antibiótico ou até mesmo uma pomada antibiótica após alguns dias quando parecia não estar a fazer efeito, ela acabou por fazer parte da complicação – naquela altura.
Agora, faz parte da luta para promover o conhecimento comum.
“O que é que deve ser de conhecimento comum?”, começa a explicar a paciente. Tal como associamos o tabagismo ao cancro, deve associar o abuso dos antibióticos à resistência aos medicamentos, continua.
“Tomar duas doses de um antibiótico de manhã porque pode esquecer-se à hora do almoço pode agravar a resistência. Isto deve ser conhecimento comum. Dar uma dose dupla aos filhos pode agravar a resistência. Isso deve ser conhecimento comum”.
Os doentes precisam de mais informações, diz Carter. “Poderia ter feito imensa diferença na minha cara e na minha vida naquela altura”.
“Não devemos minimizar o assunto”, salienta Carter, que também se esforça por mudar os comportamentos a todos os níveis, desde os doentes aos médicos e até mesmo investigadores e comerciantes do setor privado. “Devemos ensinar às pessoas para que tenham os conhecimentos necessários para participar na gestão e tratamento das infeções dentro e fora do hospital. Nunca vi uma embalagem de um antibiótico que avisasse uma pessoa sobre a resistência. Quando vou a uma farmácia, peço os folhetos informativos de vários antibióticos e não encontro nada. Esta seria uma boa maneira de melhorar a comunicação”.
Carter teve de ser submetida a uma reconstrução facial complexa após um acidente de viação que ocorreu em 2004 em Joanesburgo, na África do Sul, que deixou o abdómen e o rosto gravemente lesionados, incluindo o nariz partido, um osso do rosto partido e a órbita do olho lesionada, a perda do olho direito, um maxilar partido e lacerações faciais significativas. Ela também sofreu lesões no pescoço e nas costas e fraturou o osso ilíaco.
Ela contraiu duas infeções resistentes aos antibióticos durante a década que demorou a reconstruir o rosto. A primeira ocorreu em 2010, quando se formaram bactérias na prótese aloplástica inserida na órbita do olho direito. A infeção não respondeu aos antibióticos receitados e só quase um ano depois é que foi diagnosticada com Staphylococcus aureus resistente à meticilina.
Não houve qualquer comunicação por parte da equipa médica sobre a sua situação. Foram-lhe dados conselhos diferentes por cada um dos especialistas. Alguns insistiam que a prótese devia ficar no lugar porque a infeção provinha de outro local. O cirurgião plástico foi contra as suas ordens e removeu-a, o que provavelmente lhe salvou a vida.
A infeção voltou em 2012, juntamente com uma alergia, após outra cirurgia. A infeção pode ter ocorrido no hospital ou pode ter ressurgido na área afetada anteriormente, mas era resistente ao antibiótico. A alergia devia-se possivelmente à pomada antibiótica.
“Pensamos que as pomadas antibióticas ajudam a curar as feridas mais depressa. Mas não nos explicam que se trata de um antibiótico. E quando se trata de medicamentos como pomadas, ninguém nos diz para as tomar em intervalos ‘iguais’, que é importante”, explica Carter. As pessoas estão habituadas a ouvir coisas como “tomar três vezes por dia”, mas esta recomendação não explica porque se deve tomar a horas específicas, o que Carter explica ser essencial para impedir que as bactérias (no caso dos antibióticos) se tornem mais fortes.
Tomar antimicrobianos, incluindo antibióticos, a qualquer hora do dia pode levar a uma sobrexposição ou subexposição dos micróbios, o que faz aumentar a sua resistência, explica.
O que é a resistência e quais são as soluções?
A utilização incorreta dos medicamentos antimicrobianos, incluindo dos antibióticos, permite que as bactérias, vírus, fungos e parasitas se transformem em supermicróbios que são resistentes aos medicamentos que foram criados para os matar.
“Muitos doentes não entendem que os antibióticos são utilizados para tratar as bactérias perigosas que afetam o corpo e não o corpo humano”, diz Carter. Eles pensam que o corpo se torna resistente ao antibiótico, mas, na verdade, são as bactérias que se tornam resistentes.
Carter acredita que seria útil para esclarecer essa confusão se as embalagens dos produtos farmacêuticos contivessem um aviso a informar que a utilização incorreta dos antibióticos pode causar resistência bacteriana.
É essencial que se fale mais sobre a utilização responsável dos antimicrobianos com os pacientes e os profissionais de saúde, salienta.
“As políticas também são importantes”, acrescenta. “Porque é que é tão fácil adquirir antibióticos em alguns países? E tão fácil utilizá-los na agricultura?”.
O papel da advocacia do paciente nesta luta pelo conhecimento comum
Enquanto paciente e promotora nesta iniciativa, Carter passa muito tempo com investigadores académicos e grupos consultivos na África do Sul e noutros países com a ASPIRES, uma cooperativa de investigação que envolve entidades como o Imperial College London, a Universidade da Cidade do Cabo, entre outras. Com estas entidades, a especialista em marketing e fundadora da Healthcare Communications and Social Media South Africa fala sobre a sua história pessoal e a sua opinião sobre aquilo que poderia ter melhorado a sua experiência durante as suas várias cirurgias.
Ela também trabalha como “embaixadora da sociedade civil” com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, promove a campanha “Antibiotic Guardian” na África do Sul e coordenou conversas no Twitter entre especialistas de renome da região para aumentar a sensibilização sobre aquilo que deve ser de conhecimento comum sobre a administração de medicamentos, desde antibióticos até antimaláricos.
Há sete anos, quando Carter se tornou representante desta iniciativa, a resistência aos antimicrobianos quase não era tema de conversa. Desde então, os diálogos sobre este assunto expandiram-se, mas ela considera que o ritmo ainda é bastante lento nesta corrida para travar a resistência dos micróbios aos medicamentos que temos disponíveis para os combater.
A nível global, cerca de 700.000 pessoas morrem todos os anos devido à resistência aos antimicrobianos, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde. O relatório “The Review on Antimicrobial Resistance” estima que 4,1 milhões de pessoas em África poderão vir a morrer até 2050 se as práticas dos doentes e profissionais de saúde não se alterarem.
“Vivemos em países onde os cuidados de saúde são de difícil acesso”, refere Carter sobre o facto de muitas pessoas em África não terem dinheiro para consultar um médico e por vezes se automedicarem com antibióticos ou outros medicamentos antimicrobianos de fornecedores não certificados. “Não sei se alguém tem a resposta para este problema, por, como é compreensível, quando se está doente, faz-se de tudo para conseguir uma medicação. Se é difícil obtê-la no sistema de saúde, onde é que as pessoas se dirigem?”.
“Sei que o conhecimento comum não irá mudar este tipo de comportamento magicamente”, acrescenta, “mas acho que é um bom ponto de partida”.
Como podem os profissionais de saúde Resistir à resistência.
Receitar medicamentos quando as pessoas não precisam deles faz com que os tratamentos possam tornar-se resistentes a vírus, fungos, parasitas ou bactérias. O que pode colocar a saúde e mesmo a vida dos seus doentes em risco. E pode ter impacto na saúde e nas vidas de toda a sua comunidade.
Enquanto profissional de saúde tem o dever de proteger os seus doentes contra o efeito mortífero da RAM. Tem a obrigação de Resistir à Resistência. Veja o que pode fazer:
1. Ser inteligente perante a RAM:
Apenas receitar antimicrobianos – antibióticos, antivirais, antipalúdicos e outros antiparasitários – quando realmente são necessários. Não tem a certeza? Consulte as orientações nacionais ou as diretrizes recomendadas pela OMS.
2. Ser educativo:
só conseguiremos Resistir à Resistência se trabalharmos juntos. Quando um doente consulta um profissional de saúde e pede que lhe seja receitado um antimicrobiano do qual não necessita, fale disso com a pessoa. Seja instrutivo em relação aos seus doentes assim como em relação aos seus colegas.
3. Demarcar-se apostando na vacinação:
manter as pessoas saudáveis, dede logo para não precisarem de medicamentos antimicrobianos, é fundamental para combater a RAM. Incentive os seus doentes a vacinar-se contra todas as doenças para as quais existe vacina. Pode encontrar mais informações sobre as vacinas pertinentes aqui.
Lembre-se:
Quando toma antimicrobianos sem precisar deles, eles podem deixar de funcionar quando mais necessitar deles.
Resista à Resistência! Porque os antimicrobianos devem ser respeitados.
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Como podem os decisores políticos Resistir à resistência.
A resistência aos antimicrobianos está a ter um custo em termos de vidas e económicos. Constitui um problema transversal ao ecossistema humano, animal e ambiental. Enquanto decisor político, tem de focar o futuro e proteger as suas comunidades e a economia contra o impacto negativo da RAM. Para salvaguardar este precioso recurso que são os antimicrobianos, PODE Resistir à Resistência. Veja o que pode fazer:
1. Liderar
tornar a RAM uma prioridade política nacional. Assegurar-se que o Governo actua para Resistir à Resistência, educando toda a gente, desde os profissionais de saúde até aos agricultores, veterinários e o público em geral, alertando para a importância de respeitar os antimicrobianos.
2. Investir
a RAM custa vidas e custa dinheiro. Mas se hoje for feito um investimento na luta contra a RAM, reforçando o sistema de saúde e melhorando a educação, amanhã poderão ser salvas vidas e dinheiro poupado.
3. Regular e aplicar:
é fundamental que todas as pessoas utilizem os antimicrobianos de forma responsável – desde os médicos que os receitam até aos agricultores que os usam na pecuária. É imprescindível adoptar e decisivo cumprir leis e regulamentos para garantir a utilização prudente de antimicrobianos. Juntos, conseguiremos Resistir à Resistência.
A menos que tomemos já medidas, os antimicrobianos deixarão de fazer efeito nas pessoas quando deles mais necessitarem.
Resista à Resistência! Porque os antimicrobianos devem ser respeitados.
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SEJA UM PALADINO Resista à resistência e junte-se ao movimento contra a RAM
Está pronto para Resistir à Resistência e fazer regredir a RAM? Estamos aqui para ajudar.
Conheça os factos.
Elaborámos alguns recursos para o ajudar a perceber melhor a RAM e saber quando deve tomar um medicamento antimicrobiano ou quando mais vale deixá-lo ficar na embalagem. Quanto mais informação tiver sobre RAM, maior a probabilidade de os antibióticos, antipalúdicos e antivirais continuarem a fazer o efeito desejado quando realmente precisarmos deles. Descarregue a ficha informativa acima.
Passe a palavra.
Queremos que o mundo Resista à Resistência! Mas precisamos da sua ajuda. Partilhe aquilo que aprendeu nas redes sociais e, juntos, conseguiremos fazer com que todas as pessoas estejam mais despertas para a RAM. Descarregue aqui o estojo de ferramentas e sirva-se dos nossos gráficos e vídeos.
Diga aos seus amigos e familiares.
Para Resistir à Resistência, precisamos que diga à sua comunidade para só tomar antimicrobianos quando for mesmo preciso – senão deixarão de funcionar quando realmente forem necessários.
Fique alerta.
Nem toda a gente sabe como pode resistir à resistência. Por isso, tenha atenção ao modo como os seus amigos e familiares utilizam medicamentos. Faça perguntas e certifique-se que age de forma responsável e as pessoas à sua volta também. Se alguém da sua família estiver a tomar medicamentos de que não precisa, pergunte-lhe por que razão está a correr tamanho risco.
Faça perguntas.
Só conseguimos Resistir à Resistência aprendendo por nós e ensinando às nossas comunidades. Interrogue o seu médico acerca da RAM. E fale connosco também! Criámos fichas informativas para responder a todas as suas perguntas sobre a maneira de lutar contra a RAM.
#RésistezàlaRAM
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