Agentes comunitários de saúde na linha da frente da resposta à COVID-19 em Angola

Volunteers supporting COVID-19 response in Angola
WHO/ANGOLA
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Agentes comunitários de saúde na linha da frente da resposta à COVID-19 em Angola

Luanda - Gildo Sereia caminha vigorosamente pelas ruas da Maianga, um bairro populoso nos arredores da capital angolana, Luanda, passando entre fileiras de casas de blocos de cimento de cor pastel e dando conselhos sucintos aos residentes sobre a higiene das mãos, ou como usar correctamente as máscaras.

O jovem de 32 anos é um dos cerca de 90 agentes comunitários de saúde recentemente capacitados, que operam agora em Luanda apoiando o país na resposta à pandemia da COVID-19. Actor experiente, Gildo assumiu este seu novo papel de voluntário com dedicação e ânimo, tendo anteriormente utilizado as suas capacidades de actor para sensibilizar sobre outras questões de saúde pública, em vários palcos que representam as artérias da cidade de Luanda. "Este é um vírus perigoso que se propaga rapidamente", diz Gildo. "Precisamos de garantir que as pessoas em Angola tomem as medidas essenciais para evitar a sua transmissão".

Durante uma semana de formação, Gildo e os seus colegas voluntários apreenderam os sintomas e formas de transmissão da COVID-19, as medidas de biossegurança, e as técnicas de comunicação de risco. Agora, estão bem preparados para reforçar a sensibilização da população sobre a COVID-19 através de visitas às famílias de porta em porta, e campanhas de sensibilização em mercados e outras áreas comunitárias de aglomerado populacional.

A iniciativa é liderada pela Associação Juvenil de Apoio aos Jovens Necessitados (Jucarente), com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Governo Provincial de Luanda e da Rede Angolana de Organizações Não Governamentais de Luta contra o VIH/SIDA (ANASO). Com um orçamento de cerca de 10 000 mil dólares americanos, a iniciativa pretende atingir com mensagens chave sobre a prevenção da COVID-19, cerca de 10 000 mil famílias, em seis dos nove municípios da capital do país com o maior registo de casos positivos da COVID-19 em Angola.

"Esta iniciativa ajudará a garantir que todos tenham as informações necessárias para se protegerem e participarem na resposta contra à COVID-19", afirma José Gombo, presidente da Jucarente.

"O trabalho dos agentes comunitários de saúde tem contribuído regularmente para combater as epidemias, reforçar a imunização e melhorar a saúde da população em Angola", acrescentou o Dr. Javier Aramburu, representante interino da OMS em Angola. "Acreditamos que os novos agentes comunitários de saúde poderão agora também dar um valioso contributo para reforçar a resposta à COVID-19".

O papel dos mobilizadores  é particularmente crítico num contexto em que, de acordo com estudos das Nações Unidas, o accesso a Internet é limitado, as taxas de literacia são muito baixas, e muitas famílias não têm acesso regular ao sinal da televisão ou da rádio para receber informações sobre a COVID-19. Através da formação em comunicação de risco, os mobilizadores podem também apoiar na luta contra a desinformação e os rumores potencialmente nocivos, que infelizmente com frequência substituem informações verídicas de fontes oficiais.  

"Devido à necessidade de distanciamento social, as campanhas de sensibilização da população eram principalmente realizadas através de plataformas digitais, o que constituia uma desvantagem para as pessoas das comunidades com acesso limitado à internet. Agora, com a entrada em cena dos voluntários, podemos chegar com sucesso a um maior número de famílias", diz Gombo.

De volta a Maianga, Ivone Lurde, uma residente local, recorreu aos mobilizadores comunitários de saúde quando começou a sentir sintomas da COVID-19 há algumas semanas. "Apesar da enorme quantidade de informação veiculada pelos media, nem sempre tem sido possível estar devidamente informada sobre o vírus. Foi graças ao apoio dos mobilizadores que compreendi os meus sintomas e que fui encaminhada para os serviços de saúde", afirma. Com Angola a começar a desagravar gradualmente algumas das suas restrições de confinamento, os mobilizadores vão continuar a prestar um serviço crítico à medida em que percorrem diariamente os bairros de Luanda para manter os residentes informados. Com o apoio permanente da OMS, Jucarante pretende formar mais voluntários nas próximas semanas e garantir que disponham de equipamentos de protecção pessoal e transporte adequados para realizar o seu trabalho de forma segura e eficaz.

"A formação deu-nos a oportunidade de compreender melhor a doença, permitindo-nos mobilizar as pessoas nas nossas comunidades e realizar com sucesso o rastreio dos casos suspeitos da COVID-19", diz Gildo, enquanto ele e um pequeno grupo de voluntários passam por um mercado alimentar movimentado, interagindo com os proprietários das bancadas e utilizando um megafone para propagar as mensagens sobre distanciamento físico e higiene das mãos. "Temos de continuar a apoiar as nossas comunidades na luta contra este vírus".

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