Dr Joaquim da Silva Médico e oficial de operações da OMS, destacado à província de Sofala no período pós-emergência

Dr Joaquim da Silva Médico e oficial de operações da OMS, destacado à província de Sofala no período pós-emergência

Qual tem sido o seu papel na resposta pós-emergência?

Fazer seguimento do impacto na saúde humana. Através da vigilância epidemiológica das doenças fazemos monitoria das consequências do desastre. Por exemplo, com a vigilância epidemiológica foi possível detectar epidemia de cólera que motivou a realização de uma campanha enorme de vacinação e outras intervenções no âmbito do saneamento do meio incluindo o fornecimento de água potável que contribuíram de grosso modo para abaixar os casos de cólera. 

A medida que a cólera vai descendo a malária torna-se num outro problema de saúde pública de maior preocupação para os profissionais de saúde então também trabalhamos nisso. 

Também trabalhamos com as colegas de nutrição para ver o impacto da desnutrição considerando que as famílias perderam as suas hortas, machambas  e as suas reservas alimentares que causou uma situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar, que pode vir a contribuir num futuro muito próximo a malnutrição sobretudo nas crianças.

Então a nossa preocupação, é ver que tipo de operações na área de saúde podem ajudar as populações a recuperarem no período imediatamente  pós-desastre, como também trabalhar com as autoridades sanitárias das províncias e distritos para voltar a normalizar os serviços de saúde.

Registar danos, reabilitar, apetrechar os centros de saúde e reposição de todas ferramentas de monitoria e avaliação para permitir o funcionamento normal na zona centro de Moçambique. 

Você voltou recentemente de Chimoio. O que está a acontecer por lá?

Grande parte da operação pós-Idai está baseada na Beira, província de Sofala que sofreu o maior impacto. Províncias vizinhas também são nossa atenção. Foi neste âmbito que eu me desloquei à província de Manica cuja a capital é a Cidade de Chimoio, em conjunto com as autoridades da província e os seus parceiros para ver qual foi o impacto em termos de infraestrutura sanitária. Por exemplo, quais são os centros que perderam os seus bens e qual foi o impacto na saúde na população. Notamos que os casos de malária naquela parte estão a aumentar. Também as infecções agudas e a malnutrição. 
    
O número de centros de acomodação está a ser reduzido. E a política da província é tentar ao máximo ter as pessoas de volta à sua vida normal evitando grandes agregados de pessoas que pode tornar-se um perigo de saúde pública.  O trabalho de reassentamento está em curso neste momento na província o que é de grande agrado para a OMS. 

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Dalia Lourenço

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