Maputo, 08 de Maio de 2017 - Os Ministros da Saúde do Malawi, de Moçambique e do Zimbabwe comprometeram-se a desenhar e implementar uma resposta compreensiva e coordenada ao longo das suas fronteiras, com o objectivo de parar a transmissão da cólera e da malária nestes Países. 

O facto vem contido num Comunicado Conjunto assinado pela Ministra da Saúde de Moçambique, Dra Nazira Abdula, pelo Ministro da Saúde do Zimbabwe, Dr. David Parirenyatwa e pelo Embaixador do Malawi em Moçambique, Sr. Frank Viyazhi, em representação do Ministro da Saúde, no final da reunião transfronteiriça, que decorreu na cidade de Tete, no noroeste de Moçambique, nos dias 4 e 5 de Maio de 2017.  

Foi decidido que esta reunião será anual numa liderança rotativa, tendo Moçambique ficado com a responsabilidade de coordenar as actividades este ano. 

A reunião foi promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e contou com o apoio técnico e financeiro desta Organização. De entre vários objectivos destacam- se os seguintes:  

Melhorar a gestão das emergências de saúde pública com enfoque na cólera e malária no contexto transfronteiriço dos três Países;
Rever a situação epidemiológica nos distritos fronteiriços;
Desenvolver recomendações para reforçar a vigilância epidemiológica e a resposta a doenças prioritárias endémicas nas zonas fronteiriças.
A Malária e as doenças diarreicas incluindo a cólera, constituem um grande problema de saúde pública na região. Desde Janeiro de 2017 os três (3) Países já reportaram colectivamente um total de 4.714.289 casos de malária com 949 óbitos, 2.131 casos de cólera com 7 óbitos e 13. 016 Casos de febre tifóide com 5 óbitos.

Devido à frequente movimentação de pessoas nas fronteiras, por razões económicas e sociais, a situação epidemiológica da Malária e das doenças diarreicas incluindo a cólera, e outras doenças transmissíveis tem vindo a ter um agravamento significativo.

O Comunicado Conjunto urge os Países a desenvolverem uma agenda transfronteiriça coordenada de pesquisa para suprir lacunas de conhecimento, melhorar a selecção e a priorização das intervenções e para identificar estratégias inovadoras capazes de melhorar a situação epidemiológica nos 3 Países. Os três Estados comprometeram-se também a estabelecer um Grupo de Trabalho e desenvolver os procedimentos padrões para a vigilância comunitária e a vigilância epidemiológica institucional, assim como criar um mecanismo de partilha de dados entre os mesmos.

O Comunicado Conjunto recomenda igualmente aos Países a (i) criar um Grupo de Trabalho de Vacina contra a Cólera (OCV) dos três Países, (ii) envolver as partes interessadas relevantes para prestar apoio técnico e financeiro, (iii) criar uma equipa de coordenação responsável pela harmonização das principais mensagens de comunicação social e de mudança comportamental, e (iv) acordar o momento certo para a campanha de sensibilização.

As autoridades presentes, nomeadamente a Ministra da Saúde de Moçambique, Dra Nazira Abdula, o Ministro da Saúde do Zimbabwe, Dr. David Parirenyatwa e o Embaixador do Malawi em Moçambique, Sr. Frank Viyazhi, garantiram que os seus Países continuarão a mobilizar esforços e recurso para a implementação de medidas cada vez mais eficientes para interromper a transmissão das doenças, em alinhamento com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Por seu turno a Representante da OMS em Moçambique, Dra Djamila Cabral, apelou para uma maior coordenação e colaboração intersectorial, assim como para a implementação de acções conjuntas, como forma de garantir a obtenção de resultados positivos, no sentido da consecução dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Para além dos Ministros da Saúde, participaram também no encontro quadros dos Ministérios da Saúde e da OMS dos três Países, assim como representantes dos outros parceiros. 

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