Relatório da Directora Regional 21 - Transição relativa à poliomielite na Região Africana da OMS

Report of the Regional Director - 2021 - Polio

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Transição relativa à poliomielite
na Região Africana da OMS

A 25 de Agosto de 2020, alcançou-se um marco histórico de saúde pública com a certificação da erradicação do poliovírus selvagem na Região Africana da OMS. Este é o segundo vírus a ser erradicado na Região após a varíola, há mais de 40 anos.

85 million children
Para acabar com todas as formas de poliomielite, a Região está agora a combater surtos de poliovírus circulantes de tipo 2 derivados da vacina (cVDPV2). Vinte e um países africanos2 comunicaram estes surtos em 2020, mas as actividades de resposta foram afectadas pela pandemia de COVID-19. Com o retomar das campanhas de vacinação em Julho de 2020, 42 milhões de crianças foram vacinadas contra esta doença. Desde este sucesso e até à data, apenas nove países3 comunicaram surtos de cVDPV2 em 2021, com 26 casos registados este ano, em comparação com 534 em 2020.
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Em Novembro de 2020, a OMS introduziu a nova vacina oral contra a poliomielite de tipo 2 (nVOP2) para utilização em casos de emergência, em resposta a surtos de cVDPV2: Benim, Libéria, Nigéria, Congo, Serra Leoa e outros países preparam-se para utilizar a nVOP2 como vacina de eleição em resposta ao surto de cVDPV2. Em 2021 e até à data, mais de 11 milhões de crianças foram vacinadas com a nOPV2 nestes cinco países.

Os sete países africanos prioritários4 para a transição relativa à poliomielite têm planos de orientar deste processo aprovados pelas respectivas comissões nacionais de coordenação interagências (CCI). A OMS está a prestar apoio na revisão dos calendários, dos recursos para a implementação e dos quadros de monitorização e avaliação, com vista a fazer avançar a implementação destes planos. Como parte da “transição relativa à poliomielite” durante a pandemia da COVID-19, os membros do pessoal financiados pelo programa de combate à poliomielite trabalharam na linha da frente.

Os funcionários que trabalham no combate à poliomielite também desempenham um papel fundamental na vacinação de rotina e na resposta a outros surtos, tais como os de febre-amarela, cólera e meningite. A pegada inigualável deixada pelo programa de combate à poliomielite também serve de ponto de partida para aumentar o acesso a suplementos de micronutrientes, à desparasitação e ao tratamento da diarreia, e a mensagens sobre a iodização do sal e os determinantes da saúde, sobretudo nas comunidades rurais.
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Em Novembro de 2020, a OMS foi informada de que a Região Africana não receberia qualquer apoio financeiro da Iniciativa Mundial de Erradicação da Poliomielite (GPEI), excepto para resposta a surtos de poliomielite e a rede de laboratórios para a poliomielite. Em Março de 2021, os restantes 529 funcionários financiados pela GPEI na Região Africana foram notificados de que as suas posições cessariam em Dezembro de 2021.

O principal desafio à manutenção de actividades pós-erradicação (como a vigilância, travar os actuais surtos de cVDPV2) e à implementação atempada dos planos nacionais de transição para a poliomielite, é o financiamento inadequado. Devem ser envidados todos os esforços para mobilizar recursos que garantam a continuação dos enormes progressos realizados contra a poliomielite ao longo dos últimos 25 anos.

  1. 61 milhões com a vacina oral contra a poliomielite monovalente em 2020 e 24 milhões com a nova vacina oral contra a poliomielite em 2021
  2. Angola, Benim, Burquina Faso, Camarões, Chade, Congo, Côte d’Ivoire, Etiópia, Gana, Guiné, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Quénia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Serra Leoa, Sudão do Sul, Togo e Zâmbia.
  3. Benim, Congo, Libéria, Nigéria, Quénia, República Democrática do Congo, Senegal, Serra Leoa e Sudão do Sul.
  4. Angola, Camarões, Chade, Etiópia, Nigéria, República Democrática do Congo e Sudão do Sul.