Cobertura Universal de Saúde: toda a gente, em toda a parte, a qualquer hora
Este ano, a comemoração do Dia Mundial da Saúde destaca as vantagens que a Cobertura Universal de Saúde (CUS) pode trazer a todas as pessoas e em toda a parte e também por que é tão necessária. É necessária porque garante que toda a gente – seja quem for, onde vive e quando precisa – possa ter acesso a serviços de saúde essenciais e de qualidade sem ter de enfrentar dificuldades financeiras.
Sabemos que os progressos para alcançar os objectivos de desenvolvimento em geral e os relacionados com a saúde só podem ser possíveis facultando o acesso a cuidados essenciais de qualidade para todos, onde quer que estejam, sem enfrentar dificuldades financeiras. A nível mundial, a OMS está a tentar que mais mil milhões de pessoas beneficiem de serviços de saúde de qualidade e protecção financeira até 2023, se quisermos alcançar a meta 3.8 do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável sobre a Cobertura Universal de Saúde até 2030.
Em África, a recorrência dos principais eventos de saúde pública – ocorreram mais de 100 em 2018 – significa que não pode haver segurança sanitária sem CUS, e CUS sem segurança sanitária. É por isso que o nosso Director-Geral, Tedros diz que a Segurança Sanitária Mundial e a CUS são duas faces da mesma moeda. Um mundo mais seguro beneficia todos, a CUS beneficia todos.
O reforço dos sistemas de saúde para alcançar a CUS é um dos instrumentos chave para a mudança proposta pela Agenda 2030, que implica integração da boa governação, financiamento adequado, profissionais de saúde qualificados e motivados, acesso a medicamentos e produtos de saúde de qualidade, sistemas de informação sanitária funcionais e sistemas de prestação de serviços centrados nas pessoas.
Em 2018 a nossa publicação emblemática “Estado da Saúde na Região Africana da OMS” apresentou uma análise transversal do estado da saúde, dos serviços e sistemas dos países africanos individualmente no quadro da CUS e de outras metas dos ODS relacionados com a saúde. Identificou o fraco financiamento da saúde, a baixa disponibilidade de serviços e o sub-investimento nos profissionais de saúde.
Tendo em conta esta situação, estou a acelerar apoio aos países para realinharem os seus serviços e considerarem mudanças estratégicas para alcançar a CUS. Isso envolve a reavaliação dos seus serviços essenciais para garantir que sejam concebidos para “todos, em toda a parte e em qualquer momento” e, em seguida, introduzir abordagens inovadoras para prestar esses serviços. Por exemplo, se pudermos aproveitar a potência da explosão da população juvenil na região, e fazer uso das soluções digitais, podemos estabelecer sistemas inovadores para alargar a CUS às populações Africanas.
Para além de apoiar este realinhamento, estou igualmente a ajudar a criar a base de evidências em torno daquilo que funciona e que não funciona desenvolvendo e aplicando os princípios da CUS através da documentação de práticas para implementar as principais intervenções e constituindo capacidades analíticas de informação geral nos países para construir evidências regionais para aquilo que funciona e não funciona.
A CUS não é uma abordagem única, e cada percurso de um país é único e diferente, razão pela qual desenvolvemos um quadro de acções para ajudar os países a seleccionarem as opções que melhor se adaptem ao seu contexto. Espero trabalhar com governos e parceiros na região para a realização da CUS. Juntos, podemos alcançar a saúde e o bem-estar que queremos para o nosso povo.