Hepatites desafiam a saúde pública em Moçambique

Hepatites desafiam a saúde pública em Moçambique

Celebra-se a 28 de Julho de todos os anos, o dia mundial de luta contra as hepatites virais com o objectivo de aumentar a consciencialização global sobre a doença e incentivar a sua prevenção, diagnóstico e tratamento.

Neste ano, 2024, a efeméride é celebrada sob o lema: É HORA DE AGIR, com uma pessoa a morrer a cada 30 segundos devido uma complicação relacionada com as hepatites, temos de acelerar as ações para melhor prevenir, diagnosticar, tratar e por fim salvar vidas, melhorando assim os resultados na saúde pública rumo ao alcance das metas estabelecidas nos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, de reduzir em 90% as novas infecções de hepatites até 2030.

Para marcar o dia, foi realizada em Maputo uma marcha, ginástica aeróbica e uma feira de saúde pelo @Ministério da Saúde e a Associação Moçambicana de Portadores de Hepatites, @AMOHEP, com o apoio da OMS, onde também foram realizados testes e oferecidos métodos de prevenção da doença.

Em 2022, houve cerca de 770 mil novas infecções totalizando assim 65 milhões de pessoas em África vivem com Hepatite Viral B, VHB, (25% de todos casos registados a nível mundial), porém somente 4,2% foram diagnosticados e destes, somente 5% receberam tratamento, representando somente 0,2% do total de pessoas que deviam estar a receber tratamento.

Em relação a Hepatite Viral C, VHC, no mesmo período de 2022, registaram-se 172 mil novas infecções, aumentando para 8 milhões o número de pessoas infectadas em África, (16% de todos casos registados a nível global). Destes, 13% foram diagnosticados e somente 3% receberam tratamento.

O pesado fardo desta doença na Região traduziu-se num número de óbitos muito alto em 2022, em que mais de 270 mil pessoas perderam a vida por causa do VHB e mais de 35 mil por causa do VHC.

Em Moçambique a Hepatite B afecta cerca de 7.2% e a Hepatite C afecta cerca de 0.8 a 1.3% da população moçambicana dados do Impacto na Saúde Pública da Abordagem Centrada na População para a Prevenção e Tratamento da VHC e do VHC em Moçambique, 2018.

No Serviço de Gastroenterologia do Hospital Central de Maputo, HCM, as doenças hepáticas crônicas e por cancro relacionado ao fígado que estão relacionados à hepatite B são uma das principais causas por internamento e o cancro do fígado é o 4º cancro mais comum diagnosticado em homens e o 6º mais comum entre as mulheres, segundo a Dra Luzmira do Dimande.

Por essa razão, os médicos apelam ao diagnóstico voluntário de cada um para evitar casos extremos da doença, “A hepatite B não tem cura, mas é prevenível por vacina, e pode ser controlada por medicação enquanto a Hepatite C pode ser curada, mas ainda não existe vacina para a sua prevenção, por isso é importante que as pessoas tenham consciência sobre o seu estado de saúde e façam diagnóstico da hepatite o quanto antes”, revelou Dr. Muhammad Ismael.

“Unidos vencemos!”, é o grito de guerra que a Associação Moçambicana dos Portadores de Hepatites, AMOHEP, usa para impulsionar o seu papel vital na consciencialização e apoio aos portadores de hepatites e sua família.

A AMOHEP foi criada em 2023 e conta actualmente com cerca de 200 membros. O seu objectivo é de promover o conhecimento sobre a doença, disseminar informação sobre formas de transmissão e tratamento e consciencializar as pessoas sobre as hepatites virais, além de apoiar as pessoas vivendo com doença, durante o tratamento.

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