O Escritório Regional da OMS para a África lança orientações inovadoras para reforçar a luta contra a drepanocitose

O Escritório Regional da OMS para a África lança orientações inovadoras para reforçar a luta contra a drepanocitose

Brazzaville – A Organização Mundial da Saúde (OMS) na Região Africana publicou hoje novas orientações inovadoras com vista a ajudar no reforço dos esforços de combate à crescente ameaça da drepanocitose na Região.

Tendo em conta a sua abordagem integrada e holística, os novos documentos técnicos apresentam estratégias e perspectivas accionáveis para apoiar os países a melhorarem a qualidade dos cuidados, a tornarem o tratamento mais acessível e melhorarem os resultados em matéria da saúde em geral.

Apesar dos avanços notáveis no tratamento da drepanocitose a nível mundial, nomeadamente o rastreio dos recém-nascidos, a terapêutica com hidroxiureia, a terapia genética, a melhoria das estratégias de gestão e o alargamento dos programas de vacinação, que reduziram as taxas de mortalidade nos países com rendimentos mais elevados, persistem desafios significativos em assegurar o acesso equitativo a estes tratamentos nos países de rendimentos baixos e médios, sobretudo na Região Africana.

Estima-se que, anualmente, nasçam 240 000 crianças com drepanocitose no continente, das quais cerca de 80% morrerão de infecções graves ou de síndrome torácica aguda antes dos cinco anos de idade – o que equivale à taxa de mortalidade infantil relacionada com a doença falciforme mais elevada em todo o mundo.

“Ao prosseguirmos a luta contra a drepanocitose, estamos confiantes de que estas orientações para os países irão servir como um novo e valioso complemento ao seu conjunto de ferramentas, especificamente porque as orientações estão adaptadas à realidade africana, onde uma abordagem multifacetada é fundamental,” disse o Dr. Benido Impouma, Director do Programa Cobertura Universal de Saúde/Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis no Escritório Regional da OMS para a África.

Os novos documentos de orientação do Escritório Regional da OMS para a África, intitulados Quadro de orientação para a gestão da drepanocitose e Guia harmonizado para a gestão da drepanocitose em África, fornecem aos países orientações estratégicas para as políticas, planos de cuidados abrangentes e esforços de sensibilização.

Juntos, estes documentos formam o Pacote de Intervenções da OMS para a gestão da drepanocitose. O Pacote de Intervenções sobre a Drepanocitose visa fornecer uma abordagem holística e integrada à gestão da drepanocitose, garantindo o acesso às intervenções necessárias, promovendo a educação e a sensibilização, melhorando a qualidade dos cuidados e reforçando a capacidade os doentes e as comunidades.

O pacote, desenvolvido com o apoio financeiro do Governo do Mónaco e de outros parceiros, reflecte uma conjunção das mais recentes investigações, melhores práticas e abordagens inovadoras para a gestão da drepanocitose, o que o torna uma ferramenta essencial para os prestadores de cuidados de saúde, decisores políticos e defensores da causa.

A Região Africana da OMS tem estado na linha da frente da luta contra a drepanocitose desde 2010, concentrando os seus esforços, entre outras coisas, nas intervenções para a doença e no seu reforço, bem como no acesso a tecnologias de tratamento e medicamentos inovadores.

Os progressos realizados até à data incluem a adopção, por vários países, de um rastreio preciso e económico nos pontos de prestação de cuidados, juntamente com o uso do rastreio por eco-Doppler transcraniano. A disponibilidade em 11 países de hidroxiureia, um medicamento extremamente eficaz na prevenção de episódios de dor, consequentemente reduzindo as visitas aos centros de saúde, é também significativa.

Apesar dos avanços, persistem grandes desafios. Estes obstáculos vão desde as infra-estruturas de cuidados de saúde limitadas, à falta de sensibilização e educação e ao acesso inadequado a cuidados abrangentes, ao rastreio limitado dos recém-nascidos, à investigação e desenvolvimento deficientes e ao acesso restrito a tratamentos avançados.

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